São João: Tradição ou Marketing?

Campina Grande, 25 de maio de 2009

Fogueiras, pamonha, canjica, xote, palhoças simples, um trio pé de serra para animar os forrozeiros,são ingredientes de um legítimo São João. Mas passou o tempo e não apenas isso é parte das festividades do mês de junho na capital do forró paraibano. Há alguns anos, o São João de Campina Grande tornou-se um belo atrativo para os olhos de grandes empresas e por conseqüência, para o espectador. Tradição ou espaço para marketing de grandes empresas, a festa de São João no Nordeste está ganhando novos contornos, indumentárias, músicas e tamanhos.

Empresas que montam suas barracas no Parque do Povo por puro marketing, como foi o caso da SONY BRASIL, BOMBRIL, GAROTO, dentre outras, onde a principal preocupação é expor o produto. No caso das ALPARGATAS, em 2008, que tinha um dos estandes mais movimentados por turistas e por paraibanos que deixavam o forró de lado à procura de produtos inéditos e exclusivos.

Uma coisa é certa, esse marketing traz muitos frutos positivos, como a geração de mais de 7 mil empregos temporários e mais de 500 comerciantes informais que no mês de junho chegam a triplicar o faturamento.

E nesse ritmo de modernização, o protagonista do São João, o legítimo forró, também ganhou acompanhantes que fez com que a festa junina perdesse um pouco de sua raiz, como no caso da inserção de novos ritmos musicais, que vão do axé ao sertanejo. Esse ano a festa contará com a participação da dupla sertaneja que estourou ano passado com uma música na novela A Favorita, Jorge & Mateus.

Essa mistura de ritmos faz com que muitas pessoas não adeptas do forró, curtam o Maior São João do Mundo. Mas até que ponto isso é favorável? Será que a festa mais popular do Nordeste está perdendo a sua essência?

Na contramão de muitos críticos, o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo, concedeu uma entrevista na semana passada, onde falava justamente à respeito dessa perda de valores que antes eram essenciais para um bom São João. Ele acredita que o marketing e essa mistura de ritmos só vem a somar com uma festa que foi feita para o povo, que a canjica, a pamonha, a fogueira, continuam lá, mas com uma pitada de modernidade.

 

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