Fogueiras, pamonha, canjica, xote, palhoças simples, um trio pé de serra para animar os forrozeiros,são ingredientes de um legítimo São João. Mas passou o tempo e não apenas isso é parte das festividades do mês de junho na capital do forró paraibano. Há alguns anos, o São João de Campina Grande tornou-se um belo atrativo para os olhos de grandes empresas e por conseqüência, para o espectador. Tradição ou espaço para marketing de grandes empresas, a festa de São João no Nordeste está ganhando novos contornos, indumentárias, músicas e tamanhos.
Empresas que montam suas barracas no Parque do Povo por puro marketing, como foi o caso da SONY BRASIL, BOMBRIL, GAROTO, dentre outras, onde a principal preocupação é expor o produto. No caso das ALPARGATAS, em 2008, que tinha um dos estandes mais movimentados por turistas e por paraibanos que deixavam o forró de lado à procura de produtos inéditos e exclusivos.
Uma coisa é certa, esse marketing traz muitos frutos positivos, como a geração de mais de 7 mil empregos temporários e mais de 500 comerciantes informais que no mês de junho chegam a triplicar o faturamento.
E nesse ritmo de modernização, o protagonista do São João, o legítimo forró, também ganhou acompanhantes que fez com que a festa junina perdesse um pouco de sua raiz, como no caso da inserção de novos ritmos musicais, que vão do axé ao sertanejo. Esse ano a festa contará com a participação da dupla sertaneja que estourou ano passado com uma música na novela A Favorita, Jorge & Mateus.
Essa mistura de ritmos faz com que muitas pessoas não adeptas do forró, curtam o Maior São João do Mundo. Mas até que ponto isso é favorável? Será que a festa mais popular do Nordeste está perdendo a sua essência?
Na contramão de muitos críticos, o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo, concedeu uma entrevista na semana passada, onde falava justamente à respeito dessa perda de valores que antes eram essenciais para um bom São João. Ele acredita que o marketing e essa mistura de ritmos só vem a somar com uma festa que foi feita para o povo, que a canjica, a pamonha, a fogueira, continuam lá, mas com uma pitada de modernidade.