Quadrilhas juninas: da Seda à Chita, da Chita à Seda

Campina Grande, 29 de maio de 2009

As danças de quadrilha que conhecemos hoje surgiram na Europa, nos grandes salões das cortes, onde eram dançadas pelos nobres  e aristocratas para celebrar casamentos e a fartura. As vestimentas usadas eram vestidos enormes, extravagantes de tecidos nobres e bordados à mão. Estes vestidos chegavam quase a perfeição, e demonstravam o poder e a riqueza de quem os vestia.

No Brasil, as danças de quadrilha chegaram através da corte portuguesa e ao desembarcar aqui receberam influências e peculiaridades nossas. A Valsa, Pouca, e a Mazurca foram substituídas pelo Xote, Baião e Samba, e os vestidos ganharam versões bem mais modestas, em tecidos de Chita, fitas de Cetim e outros tecidos baratos. Com o uso excessivo, os vestidos se desgastavam, e precisavam ser remendados. Esta tradição da dança de quadrilha se perpetuou, e as vestimentas rústicas se tornaram um símbolo da cultura popular.

Mas, há algum tempo essa tradição vem se transformando, e os traços rústicos e populares que a caracterizavam vem se modernizando, e se tornando cada vez mais sofisticados. Isto pode ser facilmente percebido nas roupas que parecem estar perdendo os traços caricaturais matutos, e voltando ao glamour dos bailes europeus de onde surgiram. A disputa entre as quadrilhas na época do São João as leva a caprichar no figurino, deixando a tradição dos vestidos rústicos, pelo charme da Ceda, pinturas e bordados feitos à mão, muitos saiotes e brilho.

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