Repórter Junino entrevista Os Nonatos

Campina Grande, 24 de junho de 2012

Na noite da sexta-feira (22), Os Nonatos fizeram um show no Arraial Hilton Motta, para mais de 30 mil pessoas, e na tarde de hoje, a dupla cantou no programa Momento Junino, da TV Borborema, afiliada do SBT. Além de repentistas, cantores e compositores, Nonato Costa e Nonato Neto também apresentam um programa de televisão, Cantos e Contos, na TV Correio, afiliada da Rede Record.

Eles já possuem 20 anos de carreira e no camarim, antes de subirem ao palco, atenderam a nossa reportagem. Depois da descoberta que os artistas haviam chegado, fãs que aguardavam sua apresentação entraram no espaço, dividindo a atenção entre reportagem e tietagem, fazendo com que um de cada vez nos atendesse.

Repórter Junino: Este é mais um ano em que vocês se apresentam no Arraial Hilton Motta e nos programas de televisão. Onde é melhor de se apresentar?

Nonato Costa: Eu não sei o que é mais estimulante, se é tocar no Parque do Povo à noite, ou nos programas de televisão de dia. Hoje mais especificamente no Momento Junino, que é especial e que todos os anos nos apresentamos, mantendo essa relação boa com os apresentadores, com a emissora, e deu pra conciliar a festa à noite e agora uma festa maior ainda, de dia, para os presentes e os telespectadores.

RJ: Percebe-se no show de vocês que o público canta junto boa parte das músicas. Isso se deve ao motivo delas serem de fácil aceitação e com linguagem popular?

Nonato Costa: A proposta é ser um show cantado, pra se ouvir. Não que o público seja impedido de dançar, muito pelo contrário, mas nós gostamos de ver o povo cantando. Este é o objetivo da nossa música: atingir o sentimento das pessoas, e elas demonstraram isso. Não importa o tamanho do público, pode ser para as pessoas aqui conosco no camarim ou em um show como ontem, se a música atingir a alma do consumidor, estaremos satisfeitos.

RJ: Vocês são artistas populares que começaram a carreira como legítimos repentistas e aos poucos foram migrando ao ponto de hoje fazerem um show que lembra o de duplas sertanejas do eixo-sul. Como se deu essa migração?

Nonato Neto: Foi algo não programado, fomos levados a esse mundo. Quando começamos como cantadores, não tinhamos a mínima intenção de sermos músicos, colocávamos uma ou duas canções nos discos de cantoria. Os artistas começaram a nos regravar e chegamos a um ponto onde chegávamos para fazer a cantoria de viola e as pessoas pediam mais as músicas já conhecidas. Mas foi bom pela receptividade do povo, já que é pra eles que fazemos o nosso trabalho. Nós tememos no início, mas hoje estamos habituados.

RJ: Os Nonatos ainda se apresentam em shows de apenas cantorias?

Nonato Neto: Sim, nós recebemos muitos convites para as cantorias, mas as datas infelizmente não estão sempre disponíveis. Só que sempre reservamos um mês no ano só pra exercitar este lado repentista.

RJ: De onde vem a inspiração para compor músicas que vão do rural ao urbano, como “Casa de Campo” e “Difícil Demais”?

Nonato Costa: A inspiração é como Deus, não é palpável, mas se sabe que ele existe. É preciso ter um momento, a inspiração vem não se sabe de onde, não é porque somos poetas populares que a gente senta e diz “agora vou escrever uma música” e escreve. Temos de refletir, dedicar um tempo. É uma série de fatores que nos leva a compor, e nós saímos de músicas que focam a vida simples do homem sertanejo e também a correria do homem da metrópole, e nós gostamos de falar do homem do campo, em todas nossas obras nós colocamos alguma música que fala dos aspectos rurais.

RJ: E as músicas românticas são um dos principais temas da sua obra?

Nonato Neto: O romantismo é muito marcante. O amor é um dos nossos temas principais porque sabemos que o público gosta e é uma coisa boa de se escrever e cantar. Mas os temas campestres também tem um grande potencial, além de “Casa de Campo”, nós temos várias canções que tratam destes assunto, à nossa maneira, como “Alma de Menino”, “Infância simples”, e outras que o pessoal pede e incluímos no repertório do show.

RJ: Como vocês trabalham as questões de mídia da dupla?

Nonato Costa: O trabalho de mídia é inerente a qualquer artista, por isso que estou falando ao Repórter Junino. Para nós, falar com você é tão importante como falar no Jornal Nacional. Você é formador de opinião tanto quanto quem está na bancada dos telejornais que o Brasil assiste, cada um com seu público, e enquanto artista eu tenho que respeitar os profissionais de imprensa, as pessoas que se interessam pelo nosso trabalho e querem me ouvir, e sem que eu me expresse da melhor maneira possível, não há como o público saber o que Os Nonatos andam fazendo.

RJ: Em 2012 vocês estão com um novo CD e também a agenda comemorando os 20 anos da dupla. Onde é possível encontrar esse material para venda?

Nonato Costa: O material para venda você encontra diretamente conosco (risos). Nossa equipe de produção nos acompanha e disponibiliza a venda destes produtos a preços populares, tão populares como nossa música.

RJ: Até pouco tempo atrás, Os Nonatos apresentavam um programa na TV Tambaú (João Pessoa), afiliada do SBT e atualmente estão com o “Cantos e Contos” na TV Correio. Qual é a proposta do programa?

Nonato Costa: É espaço para a constante valorização da cultura nordestina, independente de quem seja, se cantar boa música tem espaço no “Cantos e Contos”. Para isso serve o nosso programa. Estamos há mais de cinco anos no ar e há cerca de um ano e meio na TV Correio, e para nós é um motivo de orgulho estar também na televisão, não só para os apresentadores, mas também para os artistas que lá se apresentam, os produtores, todo mundo que nos ajuda, já que na última pesquisa do IBOPE, o programa atingiu o primeiro lugar de audiência no horário na programação local.

RJ: Mesmo com este programa na TV Correio, vocês se apresentam sem problemas de liberação em outras emissoras?

Nonato Neto: Claro que sim. Essa é inclusive a prova de que não temos frescura. Quem é da TV Correio é o nosso programa, nós somos artistas do povo e cantamos onde pedem. Nós cantamos na TV Itararé, TV Borborema e o espaço para todos também há no nosso programa.

Edição: Nayara Clênia
Imagens: Walter Miro 

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