A história do trio “As Favoritas” começou por influência do músico Paulo do Acordeom, pai das integrantes, que pertencia ao grupo “Os Favoritos do Forró”. Em sua homenagem as irmãs Ana Paula (sanfona), Ana Lígia (triângulo) e Ana Cristina (zabumba) formaram o grupo “As Favoritas do Forró”, único trio de forró da cidade de Campina Grande, Paraíba, formado unicamente por mulheres. O sucesso do grupo vai além da beleza das forrozeiras, que mostram que mulheres também podem se destacar no forró.
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“Gente Nossa” apresenta: As Favoritas
As irmãs receberam da mãe nomes em homenagem a Santa Ana. Das três irmãs, a primeira que se identificou com a carreira artística foi Ana Paula, que já tocava teclado e se apresentava em barzinhos com Ana Lígia, contemplando diversos gêneros musicais. Com ”As favoritas” o repertório passou a ser composto exclusivamente de forró. A timidez de Ana Cristina, a zabumbeira, foi um dos obstáculos encontrados durante a formação, mas a persistência das irmãs mais velhas a fez aceitar o desafio.
Quando Paulo do Acordeon soube que as suas filhas iriam formar um trio de forró, se emocionou e confessou que era o sonho da sua vida vê-las cantando e tocando as músicas que ele ensinou. Para as integrantes, a grande inspiração de manter viva a tradição do forró é o pai. “Ele é o nosso fã número 1”, ressalta Ana Marta emocionada. Além da influência paterna, o trio tem uma grande admiração pelos artistas Flávio José, Dominguinhos e Marinês, entre outros, e buscam seguir o legado deixado por eles na cultura nordestina.
O primeiro show do trio aconteceu no ano 2000 durante uma Gincana no Colégio Estadual da Prata em Campina Grande. As irmãs narram que foi um dia memorável em suas vidas, que os presentes ficaram surpresos por serem mulheres num posto ocupado basicamente por homens. Foram aplaudidas de pé e parabenizadas.
Ao longo dos 14 anos de carreira “As Favoritas” gravaram 3 CD’s, se apresentaram n’O Maior São João do Mundo e em várias cidades da região, participaram do programa “Momento Junino” da TV Borborema e de uma das campanhas do “Campina dá sorte” com a música “Forró na rua”, composta por Paulo do acordeom e Ana Paula. O clipe se passa na feira da cidade de Massaranduba e foi publicado em junho de 2012 pela produtora “Studio no ar”, de Recife – PE.
Paula, Lígia e Cristina não sobrevivem da música. Todas realizam outras atividades para suprir as despesas. Ana Paula é Cabeleireira e as irmãs produtoras de vendas. Lígia afirma que o trio só continua porque elas têm amor pela música e amam o que fazem. O número de shows é intenso durante os festejos juninos. Durante os outros meses do ano, elas se apresentam em cidades do interior do Estado, casamentos e aniversários. Com uma agenda balanceada, as irmãs conseguem conciliar a vida artística. O público das cantoras é bastante diversificado.
Em 2011 o grupo se apresentou com o inesquecível Dominguinhos na barraca da Avon durante “O Maior São João do Mundo” em Campina Grande. Juntos cantaram o tema da empresa, num dos momentos mais marcantes da carreira do trio que tem o desejo de fazer parcerias e tocar ao lado de grandes mestres do forró em especial do “Rei do xote”, Flávio José.
A motivação do trio é resgatar as origens nordestinas através do forró. “Atualmente o forró tem fugido bastantes das raízes, vem sendo descaracterizado principalmente na Paraíba, berço de tantos artistas regionais”, afirmaram. Também enfatizaram as dificuldades encontradas pelos artistas com a falta de espaço e valorização do ritmo dentro do próprio Estado. No início da carreira, elas realizavam vários shows por ano, mas os surgimentos de novas bandas de forró levam ao esquecimento do tradicional forró.
Mensagem d’As Favoritas do Forró
O grupo “As Favoritas” acredita que projetos como o “Gente Nossa” oferecem uma grande contribuição no tocante a divulgação e a construção da memória da cultura popular. “É difícil, mas não é impossível de viver com as músicas regionais. Se desejam cantar forró, cantem. Mas não se esqueçam das suas raízes, o forró pé-de-serra, feito com o triângulo, sanfona e zabumba. Por que esse estilo merece todo o nosso desempenho, pois conta a história da cultura do nosso povo, os nordestinos”, concluíram as irmãs.