Mãos que tecem moda

Campina Grande, 14 de junho de 2015  ·  Escrito por Naiara Cardoso e Bianca Mariano  ·  Editado por Ivan A. Costa
Renda 2 (1)

Foto: Naiara Cardoso

Os novos estilistas brasileiros tem buscado cada vez mais inspiração na cultura nordestina. Tipologias, como a renda renascença e o bordado não só encantam o público local como também se destacam em diversos países. Seguimentos como este, proporcionam o desenvolvimento econômico local, de diversos artesãos e criadores de matéria-prima da região.

Mesmo com as várias novidades e tecnologias surgindo, a renda continua sendo um dos principais alvos dos estilistas A diversidade de cores, os delicados e variados desenhos aos poucos ganham status de luxo em diversas feiras e passarelas de moda.  Eventos como o Salão do Artesanato, presente em Campina Grande, proporciona a artesões, como a senhora Maria Eliete Bezerra da silva (41), um amplo poder de difusão do seu trabalho, além de permitir um contato direto com o público e com especialistas em moda.

Eliete é uma dessas mulheres que aprendeu o ofício dentro da família, uma tradição reproduzida entre as gerações. “Desde os cinco anos trabalho com a renda, aprendi com a minha mãe, hoje nós já temos a sétima geração”. Em Monteiro, cidade natal de Eliete, o trabalho manual gera renda para cerca de 400 famílias, muitas dessas artesãs já tiveram seus trabalhos expostos em desfiles da Animale e Farme.

Foto: Naiara Cardoso

Foto: Naiara Cardoso

Mas nem sempre existiu esse glamour e valorização do trabalho, Maria Eliete conta que diante das poucas técnicas e espaços oferecidos para exporem suas artes, as rendeiras tinham que repassar as peças por intermédio de atravessadores que ficavam com a maior parte do lucro. Para a artesã, entidades como o SEBRAE foram de extrema importância. “Nós éramos anônimas, mas com os projetos de capacitação oferecidos, conseguirmos produzir matérias de maior qualidade e evitamos que o nosso trabalho saísse do Brasil desvalorizado”, ressalta.

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Com essa profissionalização e lugares como o Salão do Artesanato, a renda é mais valorizada perante o mercado. Por ser um trabalho manual e delicado se torna especial e já foi tema da 2ª edição da revista de Cultura de Moda Xique Xique. Para conferir mais informações sobre renda leia a versão online da revista através do link: http://issuu.com/revistaxiquexique/docs/xiquexique_2_renda

 

Comentários