O outro lado da moeda

Campina Grande, 20 de junho de 2015  ·  Escrito por Sulamita Oliveira e Valdênia Soares  ·  Editado por Carla Cordeiro  ·  Fotos de Sulamita Oliveira

Em muitos lugares do Brasil, as festividades juninas não são tão comuns, o máximo que se pode encontrar são algumas comemorações privadas. Já no nordeste, especialmente em Campina Grande, os trinta dias de Maior São João do Mundo empolgam a todos que passam pelo Quartel General do Forró.

Foto: Sulamita Oliveira

Foto: Sulamita Oliveira

Apesar da quantidade de turistas e campinenses que circulam no Parque do Povo, o fluxo de vendas não têm empolgado muito os barraqueiros que trabalham dentro e fora do local. As vendas, até o presente momento, não tem sido o esperado pelos comerciantes. Para o vendedor Biu do Milho, que comercializa milho e pamonha nas imediações do Parque do Povo há mais de 30 anos, as vendam ainda estão fracas, porém a expectativa para a próxima semana é grande: “O fluxo de vendas na época do São João aumenta consideravelmente, os turistas vem com tudo, eles vêm pra consumir”, afirma.

Todas as barracas e quiosques que existem dentro e fora do Parque do Povo necessitam de autorização da prefeitura para funcionar, bem como o pagamento de taxas, que variam de acordo com cada estabelecimento, e tem validade para o mês inteiro. Há mais de vinte anos no Parque do Povo, Carmem Lúcia, que comercializa caipirinha e churrasco, comenta sobre o evento deste ano: “Está bem fraco em relação aos outros anos. A expectativa para que o movimento aumente é a chegada da semana do São João juntamente com chegada dos turistas”, disse.

A situação econômica que afeta o país refletiu no brilho das festas juninas, e quem trabalha no Parque do Povo sentiu essa diferença nas vendas. O fluxo diminuiu, resultando assim na queda do retorno financeiro para quem investiu alto em suas barracas e na mão de obra pra executar seu trabalho.

Barracas no Parque do Povo. Foto: Sulamita Oliveira

Barracas no Parque do Povo. Foto: Sulamita Oliveira

Marizete Silva comercializa no Parque do Povo há 18 anos e, este ano mudaram o lugar onde sua barraca sempre ficava. Da rua principal do Parque do Povo ela foi para a pista e alega que essa mudança trouxe consequências negativas para o desenvolvimento do seu comércio. De acordo com ela, as vendas já estavam fracas e depois da troca de local piorou. Onde inicialmente estavam localizadas as barracas de pequenos comerciantes, deu-se lugar aos grandes restaurantes. Por pagarem taxas maiores e terem uma melhor estrutura, receberam consequentemente um lugar melhor, e os barraqueiros migraram para outros locais não muito valorizados.

A festa, que não tem um, nem dois, nem dez, mas sim TRINTA dias de muito forró segue com toda animação dando lugar às adversidades enfrentadas em todos os lugares, e os comerciantes continuam buscando artifícios e inovações para que com a chegada da semana de São João, haja uma esperança de maior fluxo de vendas.

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