ESPECIAL: Duduta: o mestre do choro na terra do forró

Campina Grande, 6 de julho de 2015  ·  Escrito por Ana Karolina Santos  ·  Editado por Victor Posse  ·  Fotos de Bruna Neves

“O chorinho para mim é tudo, primeiro Deus, segundo minha família e em seguida o chorinho”. Assim define Mestre Duduta o choro em sua vida. Natural de Bananeiras na Paraíba é considerado o maior representante deste gênero musical no nordeste.

Seu nome de batismo é José Ribeiro da Silva, conhecido como o Mestre Duduta, ele é instrumentista, compositor e luthier, e a mais de 55 anos com seu esforço e talento mantém viva a arte do chorinho na terra do forró.  Teve contato com o cavaquinho ainda criança quando ganhou o instrumento do tio, desde então passou a se dedicar a música e se tornou referência no ritmo. Aos domingos promove uma tradicional roda de choro em sua residência, no bairro da Bela Vista em Campina Grande, onde tem um espaço que dedica a consertos e fabricação de cavaquinho.

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O Mestre Duduta e seu regional em uma roda de chorinho bastante descontraída revelam detalhes da carreira do grupo de samba

Com uma carreira brilhante, não é em vão que o chamam de mestre. Compôs musicas que fazem parte da história de Campina Grande como a “Campinense”. Participou do programa Sr. Brasil da TV Cultura, e em homenagem a seus 80 anos de idade, com apoio da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), recebeu um presente especial dos Correios e Telégrafos, que produziram selos em sua homenagem. Por sua importância na música local recebeu o titulo de cidadão campinense, e o prêmio “Mestre das Artes” pelas secretárias de Educação e Cultura do estado da Paraíba.

“Força de vontade e porque gosto da música e do chorinho, esforço e amor ao choro”, é assim que o Mestre mantém vivo e consagra no Nordeste esse  gênero da música popular e instrumental brasileira que surgiu no Rio de Janeiro.

Amante do choro é respeitado nacionalmente, já presenteou artistas renomados com instrumentos feitos por suas próprias mãos, entre eles destacam-se Marinês, Dominguinhos e Paulinho da Viola.

Atualmente seu Duduta se apresenta nas rodas de choro que organiza e em eventos quando convidado, e está sempre acompanhado do seu Grupo Regional. Foi personagem do documentário intitulado “Seu Cavaco Dom Bandolim e Um Choro do Mestre Duduta na Rainha da Borborema” e nesse  filme foram mostrados detalhes de sua vida e arte.

Destacando sempre a importância da música, Duduta defende o interesse dos jovens pelo segmento. “Procure aprender música, seja qual for o instrumento, mas que estude a música, isso é prazeroso”, afirma. Com mais de 80 anos de idade, é um amante da cultura popular, e prova que na terra da sanfona o som do cavaquinho também tem seu espaço.

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