Em ritmo de Forró cadeirante supera limites para fazer o que ama

Campina Grande, 3 de julho de 2016  ·  Escrito por Jonatan Magno // Produção: Jonatan Magno, Franklin Alves e Aldair Rodrigues // Fotos: Franklin Alves// Edição de Texto: Aldair Rodrigues // Produção e Edição de Vídeo: Wesley Fárias e Dalison Markel
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Larissa dançando com a sua mãe em uma palhoça no PP

O mês de Junho em Campina Grande é sinônimo de muito forró, em vários pontos da cidade, campinenses e turistas  se reúnem para dançar ao som dos trios pé de serra e das bandas que animam a festa. Praticamente ninguém consegue ficar parado, quem passa pelo Maior São João do Mundo, acaba se rendendo ao ritmo da sanfona, da zabumba e do triângulo.

No meio de tantos forrozeiros, é possível encontrar  vários tipos de pessoas, até mesmo alguém que para muitos, não conseguiria dançar, mas que supera todos os limites e mostra, que para ser feliz dançando forró, não existe barreiras.

É o caso da atendente Larissa Carvalho de 23 anos, que nasceu com uma má formação na medula óssea chamada mielomeningocele e, por conta disso, ficou paraplégica. Mas se engana quem acha que a cadeira de rodas impede Larissa de dançar, desde a infância o amor pela dança é mais forte que as dificuldades.

Larissa arriscou primeiro no balé, mas foi no forró que ela encontrou sua grande paixão. Natural de Recife mas morando em Campina há 6 anos, encontrou no Parque do Povo o local perfeito para praticar a dança. Larissa é completamente apaixonada pelo ritmo, ela nos conta que o forró fez com que barreiras fossem ultrapassadas. “Sou muito elétrica, adoro ritmos animados, quando comecei dançar forró só me apaixonei a cada dia”. Disse.

Sobre o Parque do Povo, Larissa nos fala que sem dúvidas, é o melhor lugar do mundo para dançar forró. “Esse lugar é maravilhoso, retrata muito bem a cultura nordestina, faz com que eu me sinta bem a vontade para fazer o que gosto, que é dançar forró”. Finalizou.

Sra Dione dançando com sua filha Larissa

A acompanhante assídua de Larissa, sua mãe, a senhora Dione Carvalho, viu na dança, uma oportunidade para que sua filha pudesse superar seus limites. “Quando Larissa era criança, ela chegou e me perguntou; Mãe, eu vou poder andar? Eu respondi: Minha filha, independente de como seja, o importante será você alcançar seus objetivos, você vai ter que andar em uma cadeira de rodas, o que não vai limitar você de correr atrás dos seus sonhos, só depende de você, chegar aonde quiser e sonhar, pois você é capaz como qualquer outra pessoa”. Enfatizou.

Desde a infância, ainda na escola, Dione sempre fez o possível para que Larissa pudesse participar das quadrilhas juninas, ela lembra que havia um pouco de resistência por parte dos professores e alunos, por medo de machuca-la talvez, ou de causar algum mal estar, nos conta. “Eu ensaiava todos os passos com Larissa em casa para que ela pudesse participar das quadrilhas”. Finalizou.

 

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