Franciel foi um dos homenageados da quinta edição do Gente Nossa UEPB

Filho do sanfoneiro José Pinheiro e da dona de casa Severina Ferreira de Andrade, nascido na cidade de Areia, cariri paraibano, José Franciel Ferreira de Andrade, mais conhecido como Franciel do Acordeon, começou a cantar ainda criança na cidade de Remígio, local onde viveu parte da sua vida.

Com a família composta de instrumentista, a sanfona já fazia parte do cotidiano da criança e a influência em seguir nesta área artística era grande. Com seis anos de idade, os primeiros contatos foram com o triângulo e zabumba, tocando junto com seu pai em festas de casamento nos sítios. Infelizmente aos dez anos de idade, ele acabou perdendo o pai, exemplo de homem para sua vida, mas apesar de tal problema, Franciel não desistiu de seu sonho em ser profissional na sanfona.

Foi com a ajuda dos tios que o músico, ainda quando adolescente, começou a tocar piano e acordeon. A partir daí o interesse pelos instrumentos só aumentava, buscando estudar sobre a área, para fazer um trabalho cada vez melhor. Das festas de sítio às festas das cidades, hoje, com esforço e garra, tornou-se um dos melhores acordeonistas do Brasil, fruto dos seus estudos e caminhos percorridos para merecer tamanho reconhecimento.

Morando atualmente em Campina Grande, o instrumentista, compositor e professor de acordeon passou sete anos na Bahia, na época requisitado no que diz respeito ao ensinamento da sanfona. Lá ele acabou formando alunos, que hoje possuem CDs gravados e uma carreira consolidada na área. Não bastante, Franciel teve a oportunidade de tocar com alguns artistas de renome nacional como: Daniela Mercury, Flávio José, Marinês, Adelmário Coelho e a banda Chiclete com Banana. Trabalhando em uma fábrica de sanfonas, a Leticce, ele aprendeu outra atividade que é afinar sanfonas.

Apesar de preferir a carreira de músico acompanhante, Franciel já chegou a compor e gravar algumas composições próprias.

Como profissional, começou a tocar na Banda Metrópole, criada pelo cantor Flávio José. Hoje o músico trabalha tocando com o cantor Ton Oliveira e a cantora Eloísa Olinto, além de fazer arranjos para os mais diversos cantores enaltecendo assim a música e a cultura nordestina com suas parcerias. Franciel se sente grato e feliz por tudo que passou e considera seu trabalho com prazer: “É prazeroso pra mim tocar com artistas de renome, principalmente por ser da roça, a gente não imagina tocar com tais artistas”.

De família de músicos, onde vários membros tocam sanfona, inclusive seu irmão, que é professor de acordeon em Serra Branca, Franciel tem em sua característica a humildade, inspirando-se na vida do homem no campo. Embora tenha tocado com tantos artistas, ele leva uma vida simples, fazendo o que ama que é levar alegria para as pessoas. Não gosta de compor, prefere executar o seu instrumento, tendo como influência e admiração do seu trabalho, Dominguinhos.

Com jeito animado e descontraído, Franciel não possui preconceito com o forró estilizado, embora seu gosto seja mais voltado para o forró pé-de-serra. Como professor, o artista disse que nos dias de hoje “alguns jovens possuem vontade de aprender a tocar sanfona e com o sucesso do sertanejo que invadiu o Brasil, o acordeon está muito mais valorizado”. Assim, os artistas possibilitam o uso do instrumento em diversos segmentos valorizando os profissionais, como Franciel Andrade, que tanto amam trabalhar com a sanfona.

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