O tradicional São João persiste no interior da Paraíba

Campina Grande, 24 de junho de 2017  ·  Escrito por Ana Geisa Viana  ·  Editado por Emanuelle Carvalho  ·  Fotos de Ana Geisa Viana
Fogueira em frente a casa da Familia Almeida, logo atrás fogueiras em frente a outras residencias

A fogueira em frente a casa da Família Almeida já anuncia as tradicionais comemorações do Santo João Batista

Quando é falado das festas de São João, logo é lembrado das comidas típicas, fogueira, balão, quadrilha e forró, tradições que estão sendo modernizadas ou até mesmo esquecidas, mas apesar da modernização, algumas tradições juninas ainda persistem pelo o interior paraibano. No Cariri, os preparativos para os festejos em homenagem ao nascimento de João Batista começam desde a manhã do dia 23 de junho com a preparação de comidas de milho, montagem de fogueira, e a decoração da casa com balões e bandeirolas.

Cantinho com bonecos e objetos, que simbolizam a antiga cultura do Cariri

O cantinho com bonecos e outros objetos que simbolizam a tradicional ornamentação junina

À uma distância de mais ou menos 25 km, da terra do Maior São João, no sítio Cacimba Nova pertencente ao município de Boa Vista, a família Almeida dentre outras da região, se reúne junto a familiares e amigos para celebrar e comemorar o São João de forma tradicional. Desde o início do mês de junho a anfitriã da casa, Jandira Fátima faz questão de ornamentar e colorir a casa com bandeirolas e balões. Apesar de viver na cidade e passar apenas férias e fins de semana no sítio, ela não esquece sua origem e demonstra muito carinho pelo o local, Fátima comenta que é a melhor época, “aqui encontro todos os meus amigos e familiares, e posso festejar com eles um pouco do São João de quando eu era criança”.

Comidas Típicas produzidas pelos familiares

As comidas típicas produzidas pelos familiares

Este ano não foi diferente, os trabalhos começaram desde logo cedo da véspera do dia São João com a preparação das comidas de milho (canjica, pamonha e munguzá), apesar deste ano não ser de colheita para os agricultores da região, muitos compram “a mão de milho” em feiras ou com pessoas que produzem através da agricultura irrigada, desta forma não perdem os costumes de produzir as próprias comidas típicas.

Além da montagem da fogueira, a qual os homens escolhem madeiras propícias para queimar e a organizam em frente de suas casas, para de forma simbólica e cultural, homenagear São João, como fez Izabel para comunicar a Maria a boa-nova do nascimento de seu filho. Junto a isso tudo, uma noite de Forró para aquecer o frio das noites e madrugadas do Cariri, que nessa época chegam até 17°C.

No Cariri não se espera até dezembro para reunir toda família mas sim, em junho quando o frio e a fartura dos roçados acontecem. Parentes de outras cidades e estados vêm para visitar e viver a verdadeira festa de São João junto aos próximos. O agricultor e presidente da Associação de Agricultores do Caluête, Veron Araújo ressalta que “nesse período, a tradição é de alegria, de reunir os amigos, a família, e até parentes distantes para comemorar, porque isso é um momento único na vida do nordestino e principalmente, do cariri.

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