E o forró já decolou!

Campina Grande, 1 de julho de 2017  ·  Escrito por Inaldete Almeida, José Ygor e Max Marcel  ·  Editado por Emanuelle Carvalho  ·  Fotos de José Ygor

No último final de semana d’O Maior São João do Mundo, “Avião do Forró” deixa forrozeiros nas nuvens.

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O projeto pretende proporcionar a experiência de saltar de paraquedas em Campina Grande

No Maior São João do Mundo, se dança forró no chão, no ônibus, no trem e também nos ares. Voar sempre foi um sonho do homem desde os tempos remotos de sua história. Pensando nisso, o clube de paraquedismo de Campina Grande em parceria com a Prefeitura Municipal oferece a oportunidade de realização desse anseio. O projeto “Avião do Forró” está em sua segunda edição e a abertura aconteceu na última sexta (30) e se entenderá até o dia 02 de julho, no aeroclube do Distrito de São José da Mata, há 12 km de Campina Grande.

São oferecidos passeios panorâmicos de avião e helicóptero. A rota do passeio segue até o distrito de Galante retornando para o aeroclube. Para quem deseja fazer o voo de avião, pagará o valor de R$ 150,00 mas se o passeio for de helicóptero, sairá por R$ 250,00, ambos com uma duração média de 20 minutos.

Além dos passeios, também há cursos de paraquedismo para quem pretende saltar sem a companhia de um instrutor. Quem tiver coragem e puder pagar R$ 850,00, em apenas duas aulas teóricas e duas práticas, já estará apto a se lançar nas alturas. Três alunos farão o primeiro salto neste sábado (31), se o clima permitir. Mas para quem não tem tanta coragem assim, o salto com um instrutor, chamado de salto duplo, sairá pela quantia de R$ 650,00.

Rodrigo Lisboa (29), é piloto há cinco anos e está no projeto desde 2016, quando ajudou na idealização desse evento. Para isso realizou ações de voos e saltos uma vez por mês durante um ano, finalizando com a bem sucedida primeira edição do “Avião do Forró”, retornando só agora para a versão de 2017.

O piloto fala da importância desse projeto para as pessoas que nunca tiveram a oportunidade de subir em uma aeronave: “Voar de avião para muita gente é um mito! Você deixar acessível às pessoas que tem um pouco menos de condição de voar. Já tive muitas experiências de levar  pessoas que voavam pela primeira vez e elas ficavam em êxtase por estar voando, e o público que nos procura é  bem variado, desde pessoas aqui do distrito até de outros estados.”

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Equipe em preparação para o salto

O espaço do Aeroclube é aberto à comunidade que expõe artigos artesanais confeccionados no próprio distrito, também é permitido a colocação de barracas para venda de água mineral e outros produtos, integrando a comunidade ao evento. Além disso a programação conta com trios de forró pé de serra que farão a animação dos forrozeiros. Carlos Perê e a banda Boca do Cariri farão o forró no aeroclube neste final de semana, a partir das 15h.

Em conversa com o Presidente do Clube de Paraquedismo de Campina Grande, Éder Cunha, foi possível entender o grau de importância do primeiro dia do evento de saltos de paraquedas no Aeroclube do distrito, que não contou com um clima muito propício, embora tenham acontecido com sucesso. Éder transmite sua felicidade ao destacar que depois de 22 anos a região estará novamente sendo presenteada com esse atrativo, e observa também, sua enorme satisfação com toda participação popular. Diz ainda, que em relação ao ano passado, a novidade é que agora o espaço dispõe também de um helicóptero, e já planeja mais novidades para a próxima edição.

As experiências dos saltos 

O Presidente da Federação de Paraquedismo, Gustavo da Silva Martins, depois do seu salto, falou de mais uma das suas experiências: “Para saltar num dia frio assim, é preciso ter muita vontade, porque o paraquedismo em si já apresenta um risco, tem todas suas limitações, e quando você salta em dia nublado, com esse frio, são mais obstáculos para se encarar mas vale muito a pena”, enfatizou.

Em parceria com o Clube de Paraquedismo, o Aeroclube de Campina Grande contribui com uma soma positiva para o esporte que hoje conta com cerca de 4.800 atletas em todo Brasil, sendo 350 no estado paraibano, embora apenas 99 estejam em atividade. Acerca das dificuldades em praticar o paraquedismo, Gustavo diz: “Há algumas dificuldades em praticar o esporte, porque envolve o avião, envolve o tempo, equipamentos que são caros, e isso impede um grande número de paraquedistas para saltar”, explicou ele.

E o esporte não contempla apenas o público masculino. Há um grande número de mulheres que também se aventuram nas alturas, e no quesito preparação, a paraquedista recifense Eliane (31) diz que é fundamental um bom controle emocional porque apesar do deslumbre nos ares, o pré salto é um tanto conflitante: “pra subida é super tranquilo, agora pra mim pessoalmente a saída é horrível, é mortal, inclusive no meu primeiro salto eu neguei porta”, relembra ela.

O amor em saltar supera qualquer nervosismo e a aviação foi o primeiro passo para que ela se sentisse segura em se jogar de cabeça como praticante: “Fiz curso de comissária de bordo, mas acabei desistindo. Entretanto foi daí que surgiu a oportunidade de cursar o AFF (Accelerated Free Fall), então eu fiz vários saltos com o instrutor e aos poucos fui me adaptando até conseguir saltar sozinha”, conta.

A bela visão panorâmica concedida pelos céus é um dos fatores que impulsionam tantos curiosos a se arriscarem, e para Andreza Amaral (43) que há 10 anos pratica o esporte, às terras paraibanas são as que mais encantam: “Eu sem dúvida puxo brasa pra minha sardinha, eu sou de João Pessoa, salto muito por lá, é de uma beleza cênica incrível, e eu ainda destaco a visão da Ponta do Seixas, uma experiência inigualável!”.

E o velho frio na barriga que para uns seria momentos de angústia, para ela é o tempero que torna tudo muito mais especial: “Aquela leve tensão inicial não passa nunca, é o chamado tempero da segurança, é uma aflição gostosa, sempre emocionante”, disse Andreza.

Flávio se considera o mais antigo paraquedista  ainda em atividade no Brasil

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Flaviano Bezerra (66) conta que fez seu primeiro salto aos 16 anos, e hoje carrega no paraquedas a experiência de 50 anos  praticando e ensinando esse esporte. Em entrevista ao Repórter Junino, ele relata um pouco de sua vida dedicada ao paraquedismo:

A expectativa dos organizadores é que mais de 500 saltos sejam realizados durante esta edição do “Avião do Forró” que se encerrará no próximo domingo, 02 de julho.

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