Estudou até o ensino fundamental, não concluiu os estudos ou se formou porque se dedicou muito cedo a fazer poesias e
a outras coisas, em vez de estudar. Mas a questão dos estudos não o atrapalhou em sua carreira de poeta e hoje ocupa um lugar na Academia Brasileira de Literatura de Cordel, com sede no Rio de Janeiro, em que foi convidado no ano de 2010 para receber um premio como cordelista mais influente do ano.
Começou a escrever influenciado por seu primeiro professor Pedro Firmino. A primeira vez que foi à feira de Bezerros viu um homem vendendo folhetos, o que o fez gostar da linguagem, do ritmo e da cadência. Então pediu ao pai que comprasse um folheto para ele.
Manoel Monteiro tem em suas obras o Pinóquio, uma série de contos recontados em forma de poesia, o gato de botas que sofreu o mesmo processo, um sobre a transfusão do Rio São Francisco, além de quatro ou cinco cordéis publicados pela Ensinamentos e Cultura.
Recebeu o título de cidadão Campinense, através do seu amor pela cidade e valorização da cultura do Nordeste. Manoel Monteiro deve o que é hoje a Campina grande, a valorização que os campinenses lhe deram. O cordel dele representa a valorização da cultura nordestina. O seu cordel faz um registro verídico de nossa língua, de nossa cultura.
Manoel Monteiro já publicou mais de 200 cordéis, entre eles “Salvem a fauna! Salvem a flora! Salvem as águas do Brasil!” Neste folheto, publicado em 2000, o poeta faz um apelo à preservação dos recursos naturais brasileiros. Ultimamente tem sido convidado para dar palestras em campina Grande e em outros estados brasileiros e faz este trabalho com muita satisfação.
Seu cordel predileto é sempre o que está produzindo no momento: quando termina, ele olha, confere, revisa; quando publica e tem ele em mãos, olha e põe-no na estante do passado, aí então vão passar a olhar e gostar do próximo.
Sobre o espaço que tem no Parque do Povo Manoel Monteiro afirma que é excelente: um momento único, muito importante para os artistas locais. Não vê isso como um prêmio ao seu trabalho, mas um olhar de carinho a cultura nordestina a todos os poetas.
Em 2004 uma turma de Jornalismo da Universidade Estadual da Paraíba o convidou para fazer o convite da formatura em forma de cordel, convite este que fez o maior sucesso, vendeu muitos exemplares e nem quer mais vender porque tem poucos exemplares.
Manoel está com 73 anos e ainda pensa realizar vários projetos que tem em mente como o Cordelizando a Paraíba. Trata-se de escolher um poeta de cada cidade do estado para contar a história de seu município através de cordel.
Edição: Manassés Xavier
Fotos: Everton David