Nascido na cidade de Campina Grande, na Paraíba, em 1956, Luiz Gonzaga Calixto, o Luizinho Calixto, é o filho caçula de seu João de Deus Calixto e dona Maria Tavares Calixto e, assim como seu pai e irmãos mais velhos, enveredou pelo universo musical fazendo história ao lado da sanfona de oito baixos.
Advindo de família simples Luizinho viveu a infância na Rua da Mangueira, no bairro Monte-Castelo e aos dez anos de idade teve seu primeiro contato com a sanfona. Acostumado a ouvir o programa de rádio “Forró de Zé Lagoa”, apresentado por Rosil Cavalcanti, o garoto memorizava as músicas para depois brincar de tocá-las em um estofado velho de casa. A mãe, vendo o interesse de Luizinho pela música, pediu que seu filho mais velho Zé Calixto providenciasse um instrumento para o irmão.
A partir de então a genética sanfoneira dos Calixto manifestou-se em Luizinho e sua fama chegou até Rosil que, impressionado com seu talento, levou-o para se apresentar no auditório do Forró de Zé Lagoa. Hoje, com 60 anos de idade já se apresentou em países como Argentina, Portugal, Espanha e França; toca sanfona, acordeon, violão, cavaquinho, instrumentos de percussão e, claro, a sanfona de oito baixos, com a qual alcançou fama e reconhecimento mundial, sendo carinhosamente apelidado de “o rei dos oito baixos”.
Ao falar sobre a importância da sanfona de oito baixos na sua vida, o músico comenta sobre a tradição familiar em torno do instrumento, as realizações alcançadas ao longo da vida a partir de seu trabalho, e se emociona quando o assunto é cultivar a cultura popular nordestina. “A importância maior da sanfona para mim é que eu não sabia que tinha esse dom de repassar o que herdei do meu pai, o que aprendi com meus irmãos, passar isso para outras pessoas.” Afirma Calixto.
Com 11 LPs e 8 CDs gravados, autor de músicas como “Feira de Mangaio”, “Vou de oito baixos” e “Vamos dançar forró”, e atualmente professor de música da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), o rei dos oito baixos é pioneiro no ensino do instrumento. Ele conta que no mundo existem onze tipos de afinações diferentes para o “oito baixos”, sendo a utilizada na música nordestina a mais complexa e, por não haver estudos anteriores na área, relutou em começar a fazer palestras e cursos sobre o assunto, mas a partir daí desenvolveu uma metodologia que permite qualquer pessoa aprender.
O manual da sanfona de oito baixos é encontrado em todo o país e também na Europa, e “quebrou a ideia dos tocadores mais antigos de que não se aprende nem se ensina oito baixos, que a pessoa tem que nascer com o dom”, destaca Luizinho.
Admirador de grandes nomes da música nordestina como o seu padrinho artístico Rosil Cavalcanti, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos e Geraldo Correa, o artista se orgulha em dizer que os melhores sanfoneiros de oito baixos são paraibanos, e sua missão é resgatar a cultura da sanfona de oito baixos. Um de seus projetos inclusive, visa a criação de uma orquestra de sanfona de oito baixos em parceria com a UEPB. Nos próximos meses o sanfoneiro fará apresentações em festivais de sanfonas e turnê internacional, apresentando ao mundo a cultura popular paraibana.