Sebastião Basílio de Lima, poeta, repentista, cordelista e cordelista, popularmente conhecido como Tião Lima, nasceu em 14 de novembro de 1948 na Fazenda Cruz, Patos/PB. Filho de Basílio Luiz da Silva e Luiza Maria de Jesus, Tião cresceu no berço cultural do sertão paraibano, e desde cedo já demonstrava talento e interesse com as palavras.
Com sangue artístico correndo em suas veias, o poeta teve influência da cantoria de viola e do forró já no ceio familiar. Suas primeiras referências são os tios Romano da mãe d’água e Manoel Bonifácio Lima, sendo este último seu primeiro professor, que lhe ensinou a tocar viola e repassou as primeiras instruções para a brilhante carreira que ali se iniciava. O dia das mães de 1966 se tornara inesquecível para ele, quando fez sua primeira cantoria.
No início da carreira Tião dividia seu tempo entre o trabalho na roça e cantorias. Uma das características marcantes deste homem polivalente é disposição para o trabalho, onde brincou que o homem não pode ficar parado ou saber apenas fazer uma coisa. E isso, com certeza, abriu os caminhos para que o patense pudesse alcançar o reconhecimento que tanto merece. Antes de abraçar de vez a carreira artística foi técnico em construção civil, fotografo profissional e comerciante.
O namoro de escola que virou casamento e a busca por uma melhor qualidade de vida o impulsionaram a trocar sua cidade natal por Alagoa Grande, no agreste do estado. Nos anos 1970 o trabalho de técnico em construção civil, ainda levaria Tião e sua família a cidade pernambucana de Vitória de Santo Antão, onde seu segundo filho, Astier Basílio, também poeta, nasceria em 1978.
Retornou a Paraíba logo depois e, em 1986, de forma bem inusitada, Tião deu seus primeiros passos no universo radiofônico, quando o jornalista Luiz Aguiar, conhecedor de suas apresentações, lhe convidou para apresentar um programa matutino na rádio Cariri. Ele com sabedoria abraçou a oportunidade.
Viajando pelo país para falar da cantoria e da importância do cordel, ele se entristece quando lembra que o reconhecimento a valorização da arte é maior nos outros estados, principalmente dentro do São João de Campina Grande. Mas ele luta incessantemente contra esta desvalorização e disse que enquanto vida tiver continuará lutando pela cultura.
Com três CD’s gravados em parceria com o também poeta Zé Laurentino (Im memorian) e vários cordéis escritos, Tião Lima sonha em escrever um livro, para que todo o seu conhecimento possa ser repassado às próximas gerações.
Produzindo e participando de cantorias, ele muito se orgulha do trabalho que vem sido desenvolvido e lembra com alegria dos mais de vinte festivais que teve o prazer de organizar. Entre os cordéis já escritos, é a bibliografia do papa João Paulo II, que teve uma boa e grande repercussão. Atualmente sua maior fonte de inspiração é o filho Astier, com quem já dividiu os palcos e enche os olhos de lágrimas de tanto orgulho quando fala do filho. Tião é gente da gente. Tião é gente nossa.
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