Ronalisson Santos Ferreira, o Roninho do Acordeon, nasceu em 14 de janeiro de 1996 na cidade de Campina Grande, Agreste do Estado da Paraíba. A sua relação com a música começou cedo, quando ainda era criança. Chegou a cantar na igreja e se aventurar nos acordes do violão e nos sons da bateria. Mas, a princípio, ninguém acreditava no seu talento. Era um desastre. Porém, a força de vontade de Roninho lapidou o seu dom. Foi o estudo, o interesse daquele garoto pela cultura nordestina, de forma especial pelo cangaço, que norteou os rumos de sua vida.
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“Gente Nossa” apresenta: Roninho do Acordeon
Depois de experimentar alguns instrumentos, Roninho acabou apaixonando-se pela sanfona. Aos 11 anos ela tornou-se um dos seus maiores desejos. Para conquistá-la teria que submeter-se ao desafio do seu pai: aprender a tocar “Asa Branca”, um dos maiores sucessos de Luiz Gonzaga, num curto espaço de tempo. E assim o fez, ganhando o seu instrumento. “Sempre gostei de pesquisar e depois do contato que eu tive com Luiz Gonzaga eu comecei a ouvi-lo mais e mais, quase um vício. Eu acho que se não tocasse sanfona eu tocaria um triângulo, uma zabumba, sei que eu me apaixonei pela música nordestina”, relata o sanfoneiro sobre a origem da sua carreira.
Aos 13 anos de idade tocou pela primeira vez no palco do Parque do Povo, a convite do seu professor, Severino Medeiros, seu mestre durante o período de 2 meses. “Eu já havia tocado em alguns lugares, mas para cerca de dez, vinte pessoas. Embora estivesse na pirâmide lotada, ele me passou segurança e foi tranquilo. Minha timidez é com poucas pessoas, se tiver muita gente eu não ligo não, agora se tiver poucas, é o contrário. Mas é uma experiência que encanta tanta gente”, contou.
Posteriormente, Roninho alcançou os palcos e pôde mostrar o seu trabalho, a sua musicalidade, a sua identidade, os traços nordestinos dos seus acordes e das suas composições. Roninho conta, canta e encanta o nordeste com a sua juventude. São seis anos de carreira, de parcerias e de aprendizado, com referências musicais como Dominguinhos, Sivuca, Osvaldinho, Os Três do Nordeste etc. Contudo, o músico confessa dialogar com outros estilos, sem abandonar as raízes.
Roninho chegou a tocar na banda da Polícia Militar, período em que foi apresentado ao Direito. Desde então se divide entre duas paixões: a música e os estudos. Segundo o cantor é complicado conciliar as atividades, mas a formação é essencial para se alcançar uma vida financeira estável e, claro, contribuir para a música regional. “O nosso forró está sofrendo. O autêntico forró tem que ter a zabumba e o triângulo. Podemos compará-lo a uma fórmula de matemática, não pode mudar (…) tem que ter o xote, tem que ter o xaxado, tem que ter o baião, para ser realmente forró”, disse.
A semelhança do cantor com os atores que interpretaram Luiz Gonzaga no filme “Gonzaga: de pai para filho”, lhe rendeu convites para eventos e uma participação no documentário “Na Pista do Rei”, da ARTCOM. Em seguida teve a oportunidade de gravar o seu primeiro CD ao vivo n’O Maior São João do Mundo – tradicional festa junina da cidade de Campina Grande – PB. Além disso, participou do trabalho de diversos artistas, a exemplo do cantor Ton Oliveira – participou das gravações de um CD em 2012 e CD e DVD em 2013. Um trabalho autoral deverá ser lançado em breve.
Mensagem de Roninho do Acordeon
Roninho aceitou com imensa satisfação o convite e a homenagem do projeto Gente Nossa. Segundo ele, estar entre os 9 artistas homenageados da edição 2014, é uma alegria. “Eu que fico feliz pelo convite e muito honrado em estar incluído no meio deles. São pessoas como vocês que fazem com que a gente se inspire e continue levando em frente a cultura nordestina”, afirmou.