ESPECIAL: Dejinha: de Monteiro para o Brasil

Campina Grande, 17 de julho de 2014

Geneci Bispo Lourenço, o “Dejinha de Monteiro”.

Geneci Bispo Lourenço, o “Dejinha de Monteiro”, nasceu em 1952 na cidade de Monteiro, Cariri do Estado da Paraíba. É um dos 13 filhos de uma família de agricultores. Seu primeiro instrumento foi um pandeiro e, nesse sentido, recebeu todo o apoio e incentivo dos parentes. Mas foi na adolescência que deu um passo mais significativo que definiria os seus rumos em relação à música: ganhou do irmão mais velho uma sanfona, trazida de Brasília-DF como presente. Contudo, a vida como sanfoneiro era difícil e seu pai preferia que ele continuasse se dedicando a agricultura, que lhes conferia uma renda fixa para sustento da família. O jovem, por sua vez, não desistiu do sonho. Aventurou-se, mostrando o seu trabalho e a cultura nordestina.

 

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“Gente Nossa” apresenta: Dejinha de Monteiro

 

As primeiras apresentações aconteceram nos sítios da região. Dejinha acompanhava a um sanfoneiro com o pandeiro e, entre os shows, usava o instrumento do amigo para repetir os acordes e aprendê-los. O início da sua carreira profissional começou com as viagens pelo país em busca de conquistar o seu espaço como cantor regional e divulgar as suas canções, os ritmos que nasceram do Nordeste, como por exemplo, o xote, o xaxado, baião, o coco-de-roda ou coco-de-embolada, entre tantas outras melodias que caracterizam as músicas e as danças na região.

O primeiro destino de Dejinha foi Brasília-DF, onde permaneceu por 10 meses. Posteriormente viajou para o Rio de Janeiro-RJ onde viveu por 12 anos, divulgando o seu trabalho como cantor e compositor nas rádios locais. Participou de programas da Rádio Globo, Rádio Nacional e Rádio Federal de Niterói (RJ). Nesse período fez amizades com o Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Marinês, Messias Holanda e Elino Julião. Ainda no Rio de Janeiro, chegou a tocar na mesma casa de shows em que o Trio Nordestino se apresentava no seu auge da carreira.

Dejinha de Monteiro durante a gravação do Programa Gente Nossa.

O nome artístico nasceu no período em que ainda estava no Rio de Janeiro. O apelido “Dejinha” foi dado pela sua avó, já o “de Monteiro” o cantor acrescentou a fim de levar no seu nome a cidade que representa as suas origens. Dejinha de Monteiro já se apresentou no Estado de Goiás e em 1966 participou de uma campanha política tocando por 70 noites na cidade. Nessa época, os artistas mais comentados no Estado eram de outras regiões do país como Elba Ramalho e Zé Ramalho.

Em Goiás conheceu o cantor Amado Batista que, na época, tinha uma loja de discos e há pouco havia gravado o seu primeiro compacto. No Estado Dejinha tocava o tradicional forró pé-de-serra na casa de shows “Rancho da Alegria” e sempre lotava nas suas apresentações, caracterizadas pelo estilo do forró tradicional, conhecido como pé-de-serra, mas enfatizando histórias românticas nas letras das suas melodias. Além das suas músicas, o monteirense cantava os sucessos do cantor Luiz Gonzaga, porém com uma nova roupagem, acrescentando novos arranjos musicais para deixar o ritmo mais animado.

Em 1989, Dejinha produziu e lançou o seu primeiro LP. Nos dois anos seguintes, com o surgimento das bandas de forró, não realizou outras gravações. Porém chegou a participar do “Programa do Bolinha”, da TV Bandeirantes, e produziu o primeiro CD da Banda Magníficos.

São 40 anos de estrada, sendo 27 vividos profissionalmente, com 4 LPs, 26 CDs no mercado, 1 DVD e mais de 350 músicas registradas. Entre as músicas criadas pelo cantor, “Amor e saudade” é uma das mais pedidas pelo público durante os shows. A música já está há 3 anos no mercado, com 6 regravações. Além disso, o seu mais novo CD, intitulado “Amor da minha vida”, resultará na gravação do seu segundo DVD previsto para 2014. O novo CD possui um repertório com 20 músicas, com novas composições e os sucessos de sua carreira.

CDs de Dejinha de Monteiro dispostos na mesa durante a gravação.

O moneteirense firmou grandes parcerias ao longo do seu trabalho com Flávio José, conterrâneo da cidade Monteiro, Jorge de Altinho, Chico César, Santanna, entre outros que também divulgam em suas músicas a cultural regional. Em 2008, o cantor foi homenageado com o troféu “Asa Branca” pelo Forró Fest, evento realizado pelas TVs Cabo Branco e Paraíba. Nesse ano os homenegeanos foram Sivuca, Marinês, Zabé da Loca e o próprio Dejinha.

 

Mensagem de Dejinha de Monteiro

 

O cantor atualmente reside na sua cidade natal, onde junto com a sua família possui um estúdio de gravação para os músicos que desejam lançar os seus trabalhos para o mercado da música. Uma das pessoas que realiza gravações em seu espaço é Joaquim Gonzaga, sobrinho de Luiz Gonzaga. Para as futuras gerações do forró pé-de-serra, Dejinha de Monteiro deixa uma lição que aprendeu durante a sua carreira como músico, “a chave para o sucesso é a perseverança, acreditando na força do seu trabalho. Um bom cantor deve acreditar naquilo que ele faz, se ele mesmo não acreditar, então quem irá?”, afirmou.

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