Massilon Gonzaga: O animador de palco

Campina Grande, 6 de junho de 2012
Massilon Gonzaga

Massilon Gonzaga

De acordo com o dicionário da Língua Portuguesa, a palavra cultura significa ação, efeito, arte ou maneira de cultivar. Trata-se de um desenvolvimento intelectual e de um cuidar da memória de um povo, de uma civilização.

É neste contexto que surge o Programa Gente Nossa: um programa produzido pelos alunos do curso de Comunicação Social da Universidade Estadual da Paraíba, com a finalidade de valorizar a cultura nordestina, através do reconhecimento de artistas da terra.

O Gente Nossa, que já está na sua segunda edição, busca acentuar valores que marcam a cultura local a partir de dois objetivos principais: o de funcionar como um acervo midiático que cuida da memória de um povo – fazendo relação com o significado da palavra cultura – e o de valorizar, cada vez mais, os talentos artísticos de uma gente que é nossa.

E é entre essa gente nossa que está o cantor, compositor, sanfoneiro, locutor e professor Massilon Gonzaga. Ele, que no próximo dia 11 de setembro completará seus 60 anos, foi criado numa família de sanfoneiros. Nascido na cidade de Pombal, interior da Paraíba, Massilon é filho de José Firmino de Luna e Rosa Gonzaga de Luna, a Rosa Rica.

Massilon Gonzaga disse ao Gente Nossa que não se considera nem um cantor nem um sanfoneiro, mas um animador de palco. Na sua opinião, esta é a característica fundamental que todo artista deve procurar ser. Para reforçar sua opinião, o então animador de palco comentou que sua admiração por Luiz Gonzaga se dá, justamente, por seu domínio de palco: “eu admiro Luiz Gonzaga não só pelas suas músicas, mas pelo seu potencial de domínio de palco, a condução que ele dava no show para contagiar e chamar a atenção de todo o público” – afirmou.

As primeiras experiências de composições de Massilon foram com atividades de musicar sonetos. O primeiro soneto musicado por ele foi do poeta Ronaldo Cunha Lima. Com o passar dos tempos, Massilon passou a compor letras e músicas. Para ele, a principal tarefa da música, especialmente do forró, é proporcionar o gracejo, a alegria: “Eu não faço e não canto músicas falando do Nordeste de seca, de questão moral. O forró está na alegria da música” – comentou o sanfoneiro, enfaticamente, ao explicar o significado de uma das suas composições: Balanceia. É neste tom do gracejo que Massilon justificou sua inspiração no processo de composição musical.

Ao longo de sua trajetória, o cantor teve contatos e firmou parcerias com grandes nomes da música nordestina, como Os Três do Nordeste, Antônio Barros, Edmar Miguel – de quem, também, foi aluno –, dentre outros.

E falando em Massilon Gonzaga não tem como esquecer a sua relação com o rádio. Suas primeiras experiências com a radiofonia foi na antiga Rádio Borborema. Hoje, Massilon é professor de Rádio no curso de Comunicação Social da Universidade Estadual da Paraíba e define o rádio como a sua vida.

Recentemente, o sanfoneiro recebeu o Título de Cidadão Campinense pela Câmara de Vereadores de Campina Grande. Para ele, a Rainha da Borborema é o seu abrigo: “Sou um filho querido desta cidade. Eu quero Campina Grande o tempo todo” – disse entusiasmado.

Foi no clima de satisfação que Massilon Gonzaga participou da segunda edição do Programa Gente Nossa. Uma homenagem muito justa a este artista que tem como lema de vida o seguinte pensamento: “não aprendi ainda, estou sempre tentando aprender”.

Gracejo, alegria e multifunção são elementos que, verdadeiramente, descrevem o balanceio do artista Massilon Gonzaga. Conforme a letra da canção que, para o animador de palco chama o pessoal para “balanceiar”, “é no forró que a gente cai na gandaia”. Gandaia, neste sentido, é sinônimo de alegria, de balanço, de movimento: características presentes na carreira e na pessoa de Massilon Gonzaga. E, como canta o próprio artista, “o forró é da gente”, então, este sanfoneiro é Gente Nossa.

Edição: Everton David
Fotos: Jeronimo Lucena/Everton David

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