Homenagem a cantora Elba Ramalho encerra edição 2023 do Zabumba Lá

Campina Grande, 1 de junho de 2023

A noite de encerramento foi marcada pela trajetória de vida da artista paraibana, performances culturais e música

Repórter: Thaylanny Almeida

Fotógrafa: Marília Duarte

Editora: Alberta Figueirêdo

Fotografias e objetos significativos de Elba Ramalho expostos no hall do Teatro Municipal. Foto: Thaylanny Almeida/ Repórter Junino

Na noite desta quarta (31) aconteceu o encerramento do Zabumba Lá 2023, no Teatro Municipal Severino Cabral, tendo como homenageada a estrela paraibana Elba Ramalho, referência para a música e cultura nordestina. O evento nasce da perspectiva de construção de memórias, numa proposta de programa documentário show que promove o resgate dos festejos juninos em Campina Grande e consagra artistas locais. “É um projeto importante para a memória da cultura da nossa cidade. Vida longa, longa vida ao Zabumba Lá”, comenta Gisele Sampaio, secretária de cultura e idealizadora do projeto.

O teatro estava lotado e o público ansioso para a noite de encerramento, como destaca Dagberto Frazão, de 73 anos, que veio prestigiar o evento pela segunda vez: “Acredito que essa homenagem a Elba Ramalho vai ser ótima, não tenho dúvidas, vai ser brilhante”. Mas antes de começar as homenagens foi realizado um resgate sobre os outros artistas consagrados durante esta edição: Capilé, Clã Calixto e Amazan. Os ex-locutores do Maior São João do Mundo, Massilon Gonzaga, Evilásio Junqueira e Abílio José, também voltaram ao palco com frases marcantes da época do Parque do Povo, provocando um momento nostálgico no público presente. 

A noite foi marcada por muitas performances culturais, incluindo a quadrilha junina Flor de Lampião que fez uma apresentação impecável. A Companhia Raízes também esteve presente e prendeu a atenção da plateia por fazer sua entrada no meio do público até o palco, segurando uma cruz e rezando o Ave Maria. Além do momento religioso, a apresentação foi marcada por muita representatividade nordestina, com vestimentas que fazem referência ao cangaço, promovendo um espetáculo belíssimo ao explorar os dois lados do cangaço: os vilões e os mocinhos, abrilhantando o Zabumba Lá. 

Performance cultural da Companhia Raízes. Foto: Marília Duarte/ Repórter Junino

Vida e Obra de Elba Ramalho

Ao longo do evento a cantora Elba Ramalho recebeu homenagens de conhecidos e amigos enquanto sua vida e obra foi sendo apresentada, com destaque para os pontos mais marcantes da sua trajetória, por exemplo: O grupo musical “As Brasas” do qual fazia parte quando era adolescente, seu primeiro disco, apresentações no palco como cantora, mas também como atriz, relembrando a peça teatral e o filme “Ópera do Malandro” e “Morte e Vida Severina”, respectivamente. Sendo um símbolo da música nordestina é importante exaltar não apenas o seu talento, mas também sua história de vida, que também foi contada através de pequenas amostras figurativas de Elba, como fotografias e objetos significativos, expostos no hall do Teatro Municipal.

A cantora não esteve presente no evento, mas deixou um vídeo expressando seu amor pelo Nordeste e por nossa cidade: “A cultura nordestina se expressa em mim com muita verdade, força, emoção. Eu gosto tanto do meu Nordeste, da minha regionalidade. Campina Grande me deu régua e compasso, porque foi no Teatro Severino Cabral que eu iniciei a minha carreira no palco e me consagrei como uma atriz que cantava”. Elba, que também é responsável por animar a véspera de São João no Parque do Povo, comentou: “Sempre fico muito ansiosa, o São João de Campina atingiu um nível de produção junina que surpreende, é emocionante quando a gente diz “Olha pro céu meu amor”, o coração já começa a sorrir e chorar ao mesmo tempo”.

“Bate Coração”, “De volta pro aconchego”, “Chão de Giz”, “O Xote das Meninas” e “Forró do Xenhenhém”, foram apenas algumas das músicas que marcaram a noite. Os responsáveis por interpretarem esses repertórios que fizeram e fazem parte da carreira da cantora foram os artistas: Anna Barros, Janine Lima, Eloísa Olinto, Ray Rodrigues, Edras Veras e Augusto Arruda, que se sentiram honrados em participar de um momento tão especial. A cantora Ray Rodrigues, de 13 anos, comenta que sua inspiração pela artista paraibana começou antes mesmo que ela nascesse: “Poucos sabem, mas minha avó é uma das vocalistas da banda “As Brasas”, é uma honra imensa estar cantando no Zabumba Lá, um tributo a minha maior inspiração como mulher, artista, cantora e dançarina: Elba Ramalho”.

Eloísa Olinto, que em 2012 recebeu o convite da própria Elba Ramalho para cantar no palco junto à ela no aniversário do Teatro Municipal Severino Cabral, comenta que também teve contato com as músicas da cantora desde muito nova: “Minha mãe sempre admirou muito o trabalho de Elba, ela tinha todos os discos e me incentivava a escutar e a cantar as músicas dela”. Eloísa fez uma apresentação junto com o Rodrigo Araújo, interpretando a música que cantava através da dança, fazendo uso da atuação para marcar sua presença no palco, assim como Elba. A noite seguiu com muita música, levando o público a cantar vários clássicos junto aos artistas, encerrando com chave de ouro o Zabumba Lá 2023.

Apresentação de Eloísa Olinto, uma das atrações do tributo a Elba Ramalho. Foto: Marília Duarte/ Repórter Junino

A iniciativa é parte do calendário pré-junino de Campina Grande sendo coordenada pela Secretaria Municipal de Cultura (SECULT) em parceria com a Pró-reitoria de Cultura (PROCULT) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). “Hoje estamos encerrando essa programação pré-junina com um tributo a cantora Elba Ramalho, dessas 4 edições de 2023 tivemos a casa cheia e uma repercussão muito positiva, e agora é pensar nos próximos que ainda estão por vim”, finaliza a coordenadora do projeto Goretti Sampaio.

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