Amazan, 20 anos de chão, música e poesia

Campina Grande, 29 de maio de 2009

Ele é uma das atrações de hoje à noite na abertura do Maior São João do Mundo, em Campina. A sua história pode ser contada e cantada em versos. Estamos falando de Amazan. Cantor e poeta, Amazan, desde criança, já se identificava com a poesia e a boa música nordestina. Aos 20 anos, participou de um trio de forró (“Três do Forró”) e gravou o seu primeiro compacto. Depois de algum tempo este grupo se desfez e foi formado um novo trio, o “Festejo Nordestino”, e mais um compacto foi gravado. Amazan gravou seu primeiro LP em 1989, já em carreira solo, e desde então faz sucesso por onde passa.
 
Em entrevista ao Repórter Junino, o cantor Amazan fala sobre os 20 anos de carreira.
 
Repórter Junino: Esse ano você esta completando 20 anos de carreira. Qual avaliação que você faz da sua trajetória na música? E qual o segredo de tanto sucesso?
 
Amazan: A avaliação que eu faço é positiva porque são 20 anos de carreira, são 27 discos no total 15 CDs, 7 vinis e 2 DVDs, 3 livros e graças a Deus em plena forma e em pleno reconhecimento e a avaliação é positiva demais. E o segredo do sucesso é ser humilde, trabalhar e ter coragem de divulgar o trabalho que faz, viajar e sempre buscar fazer amizades. E, o que ajudou muito na minha carreira é que eu sempre fui acostumado a fazer amizades com radialistas, com pessoas influentes nas cidades onde chegava.
 
RJ: Como você define seu estilo musical?
 
Amazan: Forró, não diria que totalmente autêntico porque a gente também acompanha um pouco do modismo, os ritmos que surgem como o vandeirão. De uma forma geral, os temas que eu gravo são na maioria voltados para as coisas do nordeste.
 
RJ: Qual a sua opinião a respeito dessa mistura de ritmos que vai do forró pé-de-serra ao forró estilizado?
 
Amazan: Eu acho válido. Se tem público, se tem consumidores, não tem porque privar esses consumidores de ter um produto, se o povo gosta, estamos aí e eu acho que a união faz a força, o forró autêntico, o forró estilizado e junto é tudo forró.
 
RJ: O que o público pode esperar de seu novo trabalho?
 
Amazan: O disco já foi lançado, já é sucesso, a música “Marido DVD” consagrou-se, tem o “banco de madeira” que ta tocando também, tem agora o  pot-pourri que também as pessoas estão descobrindo e podem esperar até o final do ano mais alguma coisa. Já tem o livro “Humô Rimado” lançado esse ano também, e devemos lançar alguma coletânea ainda esse ano.
 
RJ: Esse ano, você vai participar da abertura do maior São João do Mundo. Qual a avaliação que você faz da festa? E quais são as expectativas para esse ano?
 
Amazan: A festa na sua totalidade é grandiosa, cada ano isso é constatado e a avaliação é muito positiva e eu parabenizo todas as pessoas envolvidas no evento, os artistas, empresários, a prefeitura e parabéns ao povo de campina também que vive isso como uma copa do mundo. O maior São João do mundo é uma copa do mundo pra gente todo ano. Então, a expectativa é muito boa e vamos dar o melhor de nós para realizar um grande evento.

Repórter Junino: Durante a gravação do programa Arrastapé.net, na TV ARAPUÃ, você comentou sobre o início da sua carreira e a importância de programas que resgatam a genuína cultura nordestina. Qual a importância desse evento para o artista?

Amazan: Você tem a oportunidade de mostrar o seu trabalho num programa voltado para o regionalismo, para as músicas autênticas e é isso que a gente gosta de fazer. Não importa se é num canal de divulgação nacional ou local, uma rádio AM, FM, em um carro de som… Tudo que for divulgação soma para o artista e é sempre de grande importância. Muitas vezes a gente é obrigado a inovar, a entrar na moda, não só na moda com roupas indumentárias, mas também com os estilos que aparecem. A gente que foi criado ouvindo forró pé-de-serra, cantoria de viola, embolador de coco, a gente sente mais prazer em tocar neste formato.

RJ: É a primeira vez que você participa?
Amazan: Aqui, neste espaço, sim. Já participei em outro espaço, quando era gravado no parque Evaldo Cruz, mas aqui é a primeira vez.

RJ: Qual a importância da feira para a divulgação da música regional campinense?
Amazan: Não tenha dúvida que ela é importante demais porque aqui a música alcança as pessoas de diferentes classes, profissões, como roceiros, comerciantes, feirantes e violeiros. Na feira de tudo tem, até Arrastapé.net .

RJ: Quando você começou a carreira você frequentava muito aqui?
Amazan: Comecei tocando justamente na feira lá em Jardim do Seridó, passando o pandeiro para arrecadar moedas e tentar sobreviver, então me identifico muito com a feira, comecei realmente nas feiras.

RJ: E com a feira de Campina Grande, especificamente?

Amazan: A feira de Campina Grande eu não cheguei a passar o chapeuzinho nem tocar aqui especificamente com essa finalidade, mas aqui eu já gravei muitos clipes em muitas ocasiões, gravei até guias eleitorais, gravei inclusive para programa de televisão em nível nacional, com a Ana Maria Braga, por exemplo. A gente fez matéria aqui na Feira, que inclusive foi exibida no globo news. Enfim a feira é uma fonte para o poeta nordestino.

RJ: Você tem alguma musica que fale especificamente da feira de Campina Grande?
Amazan: Com certeza devo ter, mas não me peça para lembrar agora, que não vou lembrar (risos).

 

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