Entrevista – Coroné Grilo

Campina Grande, 11 de junho de 2009
Repórter Junino – Oscar Neto, como você iniciou a carreira?

Oscar Neto – Eu  iniciei na rádio em 1988 na Campina FM com o personagem matuto Coroné Grilo. Após este período criamos um programa na Correio FM(Atual 98 FM) chamado Oxente PB. Em 1993 o Coroné Grilo gravou a primeira música chamada Telefonista que ficou entre as 3 mais pedidas na época. Em 1994, na TV Borborema, apresentamos um programa chamado Dança das Abelhas.

R.J. – Você também produzia o programa?

O.N. – Sim, produzia e apresentava. No mesmo ano gravamos o primeiro álbum que continha 10 faixas e se chamava Telefonista. Ele foi gravado com Roberto Moraes pela gravadora Seletro e distribuido pela Condil do Recife.

R.J. – Como surgiu a idéia do figurino?

O.N. –  Inspirado em um coronel nordestino. Nós valorizamos o lado artístico. Então ele usa um fraque por ser elegante e por se vestir bem como os coronéis. Sobre isso houve um episódio no Parque do Povo que alguém me falou que o Coroné era muito chique. Eu disse que era assim que os coronéis se vestiam. Acho que ele confundiu com o matuto que se veste de forma simples. Então ele tem uma garrucha, que é uma arma antiga de pólvora, como o do filme do Capitão Jack Sparrow, o “Piratas do Caribe”. Ele também usa um relógio de bolso antigo, anéis de ouro e chapéu de couro.

R.J – Em quem se inspirou para criar o personagem?

O.N. – Eu me inspirei na dupla Coronel Ludugero e Otrópe de Pernambuco. Uma dupla de humoristas que fez muito sucesso entre a década de 50 e 60. Infelizmente, eles faleceram em um desastre aéreo no dia 14 de março de 1970 em Belém do Pará.  

R.J. – Pode citar 3 características do personagem?

O.N. – Ele é um matuto, um homem do campo e simples. Também é um moralista no sentido de defender os bons costumes a boa música regional. E também é bem humorado, usa do humor para fazer uma crítica.

R.J. – Como gostaria de ser lembrado na história cultural de Campina Grande.

O.N. – Pelas gravações que fiz, que foram cinco: 1 LP e 4 CD’s. Por gravar com Flávio José, Amazan, Ton Oliveira, Edmar Miguel, João Gonçalves, Jacinto Silva, Biliu de Campina, Roberto Moraes (a dupla se desfez em 1996), Juvenal, Novinho da Paraíba e Os três do Nordeste. Lembrado também como uma pessoa que contribuiu para a qualidade das boas músicas nordestinas, dando espaço para diversos artistas como emboladores, repentistas, cantadores de viola.

R.J. – Como podemos acompanhar o Coroné Grilo?

O.N. – Temos um programa diariamente na 98 FM chamado “Forró do Coroné Grilo” das 18 às 19 horas. E durante o São João, todo sábado temos o programa “Arraiá da Correio” das 10:30 às 11:30, gravado no Pavilhão da Correio.

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