A chita, tecido representativo da região Nordeste, este ano colore o 12º Salão de Artesanato da Paraíba. Com uma mistura expressiva de cores, quem chega ao salão se depara com arte em diversas formas: bolsas, sandálias, brinquedos, carteiras, esculturas, entre outros produtos artesanais.

Com a tradição e garra recebida por herança de suas mães e avós, As Cabritas da cidade de Boa Vista, no Cariri paraibano, inspiraram Sandra Moura, presidente de honra do Programa de Artesanato da Paraíba, PAP, a escolher como tema para o Salão de Artesanato deste ano: “mãos de chita”. Esta foi a forma encontrada para homenagear as bordadeiras de Boa Vista que trabalharam juntas com Taís Antunes, arquiteta e idealizadora das “Cabritas de Boa Vista”, que realizaram o sonho de viver apenas do próprio trabalho.

O artesanato, tão importante para a vida das Cabritas de Boa Vista, também faz parte a vida da vida de Amadeu Severino, de 37 anos. O artesão, que desde criança trabalha na área, começou produzindo peças em madeira e em pedra, hoje sobrevive exclusivamente do artesanato em metal, que se destaca como diferencial dentre as peças expostas na feira. Amadeu, que participa pela 5ª vez do Salão de Artesanato, avalia o local como uma chance de expor o trabalho e garantir o prestígio de quem vem de fora: “o turista elogia, porque nunca vê trabalho feito assim”, afirma Amadeu, que agora instrui o filho de 16 anos, também engajado no artesanato.

Um grande número de turistas conhecerá o trabalho de Amadeu Severino e de 500 artesãos que fazem parte desta feira. A expectativa é que cerca de 70 mil pessoas passem pelo Salão de Artesanato até o fim do mês. A exposição aberta nesta sexta-feira, dia 4, está sendo realizada no bairro do Catolé, em Campina Grande das 15h às 22h e segue até o dia 27 de Junho. O local foi dividido em 13 tipologias: cerâmica, madeira, metal, pedras, artesanato, indígena, habilidades manuais, brinquedos populares, couro, cordel/xilogravura, tecelagem, fibra, fios e gastronomia.

Estiveram presentes na solenidade de abertura, o governador do estado, José Targino Maranhão, o prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo, a gestora do Programa de Artesanato da Paraíba, Marielza Araújo, representantes de empresas parceiras, além da quadrilha Mistura Quente, da cidade de Boa Vista, que realizou uma apresentação cultural após o discurso das autoridades.

Em entrevista concedida ao Repórter Junino, o prefeito Veneziano Vital do Rêgo destacou a importância da exposição como forma de divulgação do artesanato local: “a identificação de tantos que muitas vezes não são conhecidos e produzem algo tão belo, podia ser de conhecimento, mas por falta das condições para fazê-lo, acabam introspectivamente fazendo as suas peças”. Ainda para Veneziano, o propósito desse salão é o “de externar e dar conhecimento a essas mãos de criatividade e inspiração”.

Como uma extensão do Salão de Artesanato, a Prefeitura Municipal criou a Casa do Artesão que será inaugurada dia 27 de Junho, de acordo com Veneziano a casa “foi construída como uma forma permanente de divulgação e manutenção do artesanato. Temos lá grandes oficinas onde os produtos serão confeccionados e levados imediatamente para as lojas que lá se encontram. A condição logística da casa é muito melhor”.