A democracia no comércio do Maior São João do Mundo dá espaço para a criatividade e versatilidade dos ambulantes da arte manual. Os ambulantes habilidosos no manejo de sementes, búzios, porcelana, tecidos e linha cerada, andam pelas noites de São João no Parque do Povo e garantem boas histórias para os turistas.
Muitos sobrevivem da economia informal, comprando, elaborando e vendendo artesanato. “Seu Ramos”, o Severino de Campina Grande, começou cedo, aos 17 anos deixou os trabalhos de auxiliar de serviços gerais e entregador para viajar ao Paraguai e comprar a matéria-prima de seus produtos: pulseiras, brincos e cordões.
“Seu Ramos” tem ponto fixo na Praça Clementino Procópio, em Campina Grande. “Ganho 80 reais por dia em pequenas vendas e, nos finais de semana viajo para outros estados”, diz. Deixar essa vida, “só quando eu morrer”, conclui ele com muita satisfação pelo seu trabalho.
Adil Souza também viaja por todo o país, no entanto, não tem ponto fixo. “Tenho a felicidade de estar em lugares diferentes, de viajar”, afirma Adil. Com 60 anos de idade e 47 como artesão, ele conta que “Foi nas famosas feiras de artesanato da Praça da República, em São Paulo, que comecei essa carreira”.
Em 1976 vendendo confecções, Adil comprou sua gaita, seu violão e flauta. Ele vendeu arte por vários países chegando a ser contra-regra de Gilberto Gil.
Satisfeitos, eles deixam transparecer a alegria e a felicidade de manter seu trabalho como arte aprovada pelos clientes.
Edição: Stefanya Neves