Aprender a dançar é só começar

Campina Grande, 30 de maio de 2012

O forró surgiu em meados do século XIX. Nesta época era necessário molhar as pistas de dança antes, e as pessoas costumavam dançar arrastando os pés para que a poeira feita não atrapalhasse a festa. A dança é realizada por casais que, com os corpos bem colados, transmitem sensualidade e alegria ao som de instrumentos como triângulo, sanfona e zabumba. Do século XIX pra cá, muita coisa mudou, e as variações de gênero nesse ritmo formaram o forró eletrônico, o universitário e o forró pé de serra.

A edição 2012 do “Maior São João do Mundo” está prestes a começar, e com a chegada do evento muitas pessoas estão procurando professores e academias de dança para não fazer feio durante os trinta dias de festa e aprender o famoso forró.

Atualmente , homens e mulheres de 15 a 40 anos estão fazendo aulas de dança , revela Tardelli Joseph , professor e proprietário de uma academia de dança na cidade de Campina Grande. Ele afirma que ficava observando homens e mulheres nas festas, principalmente no São João, e percebia que os homens bebiam e as moças ficavam dançando sozinhas ou paradas, esperando um convite. Aiinda diz que ao conversar com alguns rapazes, muitos falavam que bebiam para ter coragem de convidar as meninas para dançar, e ressalta a importância das aulas servirem também como um estimulo para as pessoas melhorarem as relações e a auto-estima. 

A vendedora Gabrielle Silveira, 25, que faz aulas há um mês diz que está adorando as aulas de forró pois a coreografia consiste basicamente no improviso dos movimentos, tornando a dança divertida, além de fazer bem para saúde física e mental.

Quando questionado sobre as principais dificuldades dos alunos na hora da dança, Tardelli afirma que em uma turma com, no máximo, oito alunos as dificuldade são duas: os que nunca dançaram têm dificuldade com o ritmo e cordenação motora, e os que já dançam, mas chegam com mania de dançar agarrados demais ou tem falta de ritmo.

Requisitos como interesse, força de vontade, dedicação e paciência são primordiais para um resultado satisfatório que varia de aluno para aluno. As aulas podem ser feitas duas vezes por semana, e o treinamento dura apenas uma hora.

Para Tardelli, a procura dos jovens pelas aulas nessa época do ano é, sem dúvida, a proximidade do São João. Mas o fato de poder realizar sonhos e melhorar um pouco a qualidade de vida das pessoas que o procuram é a maior das conquistas, “Vê que você realiza um sonho de quem nunca dançou e aos 46 anos sair dançando em um mês de aula. Isso não tem preço!” afirma.

Edição: Carmem Nascimento
Imagens: Acervo Repórter Junino

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