Seca prejudica São João da Vila do Jerimum

Campina Grande, 31 de maio de 2012

Localizada a  60 km de Caruaru, a capital pernambucana do forró, a Vila do Jerimum vive meses de profunda escassez de chuvas, o que não possibilitou o cultivo de feijão e vegetais amarelos (milho, abóbora e batata doce), entre outros. Além disso, os tradicionais
festejos juninos foram comprometidos.

Segundo a crendice popular, os primeiros doze dias do ano são decisivos para saber se o ano será chuvoso; o que acarretaria uma colheita farta, principalmente de milho e feijão, ingredientes indispensáveis para os festejos juninos nas zonas rurais de nosso país. Mas infelizmente as experiências não foram promissoras.

Para o agricultor José Luiz, 56 anos, que depende unicamente das chuvas para produzir seus mantimentos, a situação climática do agreste pernambucano é frustrante. “Para nós que vivemos em sítios, o São João só é completo se tivermos um “milhinho” para assar na fogueira”, diz.

Assim como o Sr. José  Luiz, outros milhares de agricultores nativos do semiárido nordestino vivem a mesma situação. “Chegar à época do São João e não ter lavoura é muito triste. Parece que o tempo aqui não passou”, desabafou Inácia Ferreira, 67. Segundo o geógrafo e ambientalista Marcelo Moura há indícios de chuvas passageiras para a região nordeste ainda neste semestre, mas não em quantidade suficiente para o cultivo de lavouras.

A comunidade almeja vivenciar no próximo  dia 23 de junho, mais uma Quadrilha Comunitária “Fogo na Serra”, que todos os anos leva aos moradores a tradição junina. “Mesmo com os poucos recursos que temos, não podemos deixar que a alegria do São João fuja de nós” afirma Adaura Araújo, de 86 anos.

Outras comemorações também estão sendo organizadas, como as Celebrações Religiosas alusivas aos santos juninos e atividades escolares extraclasses que movimentaram o pacato vilarejo de aproximadamente 400 habitantes, no município de Taquaritinga do Norte, onde a essência das Festas de São João permanece intactas de geração em geração, mesmo que as chuvas não venham.

Edição: Lourival Salviano
Fotos: Acervo Repórter Junino

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