São João: Forró estilizado e de raiz

Campina Grande, 29 de junho de 2012

Assim como os festejos juninos realizados em várias cidades do interior do Brasil, o São João nordestino guarda algumas características em comum. Eles são associados à vida rural e à cultura do campo de uma forma geral, a fogos de artifícios, comidas típicas à base de milho e à fogueiras. Além disso, outro fator importante é a música, que na maioria das vezes é produzida por trios de forró compostos por sanfonas, triângulos e zabumba, que ditam a animação da festa. Porém, com o tempo o São João tem se modernizado e conquistado as cidades, atingindo um público maior.

Atualmente, um ritmo com letras diferenciadas do conhecido forró pé-de-serra vem buscando o seu espaço nos palcos e na mídia durante a época junina. Esse acontecimento, inicialmente, passou a ser discutido não só nos meios de comunicação, mas no próprio âmbito social.

O integrante do trio Flor de Mussambê, José Luiz Alves, mais conhecido como Luizinho e que há seis anos faz parte do grupo, afirma que mesmo existindo outras versões de ritmos e letras de uma determinada canção, o pé-de-serra possui o seu espaço. “Cada público obtém o seu gosto musical independente de acreditar que não se pode falar em São João e não ressaltar a melodia do período junino, representado pela sanfona, triângulo e zabumba.”, disse.

Já Fábio, vocalista da banda Forró Feitiço, onde canta há vinte anos, explica que o forró contagiou, seja ele estilizado, romântico ou pé-de-serra, o que importa é a aprovação do público. “eu acho que o forró estilizado não prejudica o pé-de-serra, porque no mundo musical existe espaço para todos os gêneros.”, concluiu.

Milhares de pessoas apertam-se nos chamados forródromos, ao som de bandas que estão no auge com um repertório composto por músicas juninas, tocadas em um ritmo mais acelerado e apropriado para dançar solto ou em movimento. Outros preferem o forró de raiz, nas palhoças, dançando no chão de terra pisada e ao som da sanfona. E assim o São João vem se diversificando de geração para geração, permitindo o forrozeiro escolher o tipo que mais lhe agrada.

Edição: Nayara Clênia

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