Cachaça exclusiva no São João de CG

Campina Grande, 8 de julho de 2013

Entre as diversas mudanças que a 30ª edição do Maior São João do Mundo trouxe, uma foi debatida e por muitas vezes questionada. Por ser uma das grandes patrocinadoras neste ano, apenas uma marca de cachaça pôde ser comercializada no Parque do Povo e em outras atrações ligadas a programação oficial do evento. Com a decisão, conhecidas marcas de aguardentes da Paraíba e de estados vizinhos não puderam fazer parte (oficialmente) da festa de muitos forrozeiros.    

A novidade causou surpresa nos primeiros dias, como contou o garçom de uma das barracas do PP, José Reis. “As pessoas perguntavam e ainda perguntam muito se tem outro tipo de cachaça”, relatou ele, que defende a volta das variedades de aguardentes. “A venda está boa, mas essa marca não é a preferida”, afirmou José.

“Prefiro beber fora do Parque do Povo a cachaça que eu gosto. Ninguém vai escolher por mim”, enfatizou o técnico em informática Antônio Torquarto, que se disse decepcionado com a alteração na festa.  

Mas se para uns foi problema, outros gostaram da mudança. O vendedor ambulante Adelmo Venâncio revelou que, entre outras opções de bebida encontradas em seu carrinho, a marca de cachaça tem dado bons lucros. “Vendo uma caixa com 12 latinhas por noite”, destacou ele fazendo um breve balanço das vendas durante os shows no Quartel General do Forró. A estudante Mariana Waneska, também gostou da novidade, “o bom é que assim, misturamos menos”, afirmou ela sobre o efeito causado pela ingestão de diferentes tipos de bebida.

Grande investimento em divulgação

 Além dos milhares de bandeirolas e balões espalhados pelas ruas de Campina Grande, e ainda com quiosques em supermercados, a marca de cachaça cearense, recentemente comprada pela multinacional que fabrica o famoso uísque Johny Walker, também montou um espaço fixo para divulgação dentro do Parque do Povo.

Com direito a Trio de Forró tocando ao vivo e um bom espaço para o arrasta-pé, a barraca da aguardente foi bastante visitada durante os 30 dias de festa. Lá os visitantes podiam degustar variedades da marca, a opção pura, envelhecida por dois anos em madeira de carvalho ou a de guaraná, em diferentes misturas com rapadura, canela ou cravo. O estudante de agroecologia Diego Miranda provou e aprovou a mistura da aguardente com canela.

O casal de turistas mineiros, Samarone Pires e Alessandra Thomaz também gostaram das misturas. Samarone que se declarou “cachaceiro assumido” destacou o gosto forte da cachaça. “O ruim daqui é que não vende a cachaça de guaraná, logo a que minha esposa gostou” , revelou ele, apontando o ponto negativo do espaço de degustação da marca. 

Fotos: Felipe Valentim
Edição: Joaresa de Mendonça 

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