“Grande festa Nordestina, forró a cada segundo, nós fazemos em campina o maior São João do Mundo”, este foi um dos trechos recitados do grande poeta Ronaldo Cunha Lima durante o último dia de apresentações da segunda edição do São João Cultural no Teatro Municipal Severino Cabral, em Campina Grande/PB. O evento aconteceu neste domingo (15) e que contou com muita poesia e músicas que resgatam a cultura popular Nordestina.
O festival uniu música, dança, repente, poesia e claro, muitas personalidades como, Biliu de Campina, Sandra Belê, Ágda Moura, Baixinho do Pandeiro, entre outros. Representando a poesia, as poetisas Agda Moura, Mariana Teles e Laura Moura recitaram poemas que falam do Sertão com bastante sensibilidade, além do poeta e mestre de cerimônia Felisardo Moura que comandou o espetáculo de forma bem humorística e ao final de cada apresentação, recitava um verso de Cordel.
A equipe do Repórter Junino conversou com alguns dos artistas da noite a respeito do evento e da emoção particular de cada um com o trabalho que realizam. Para o cantor Biliu de Campina, participar de um evento que exalta a cultura popular Nordestina é uma nova forma de oportunidade para quem está começando agora no mercado, além de resgatar e levar para os mais jovens o folclore Nordestino. A cantora Eloisa Olinto, que participou pela primeira vez do evento, ressaltou o quanto estava honrada em estar ao lado de grandes artistas e poder defender ainda mais cultura popular.
Sandra Belê contou que ultimamente vem fazendo uma música com algo mais contemporâneo e definiu sua participação como algo prazeroso por ter esse contato com o público em geral. Outro artista que também brilhou no Teatro Municipal foi Baixinho do Pandeiro, que não deixou de descrever sua paixão pelo o instrumento que aprendeu a tocar aos 12 anos de idade. Segundo ele, o início de sua carreira não foi fácil pois poucos acreditavam em seu talento, por já existir o Rei do ritmo Jackson do Pandeiro. Ainda assim ele insistiu, e hoje tem 60 anos de estrada. Quando perguntado sobre a resistência de seu instrumento atualmente, Baixinho finalizou dizendo que “tocar é um dom , mas qualquer um pode aprender e eu garanto que nunca é tarde”.
O São João Culturalcomo disse Biliu, é um local onde o forró de raiz é autêntico e característico. “Eu sou mais um rockeiro autêntico do que um travesti de forrozeiro, quando falo em ‘travesti de forrozeiro’ cito os forrós que não tem nada a ver com a cultura, aquele descaracterizado em nome da modernidade, um forró que não é para forrozeiro.” Salientou, confirmando a saudade do grande, rico e antigo São João proclamado por Ronaldo Cunha Lima em suas poesias.