Barraqueira mais antiga do PP reclama do baixo movimento

Campina Grande, 18 de junho de 2014  ·  Escrito por Renata Fabrício  ·  Editado por Luan de Oliveira  ·  Fotos de Heslly Duarte

Este ano, o layout do “Maior São João do Mundo” quase não sofreu alterações, mas a retirada de palhoças em locais estratégicos está sendo apontada como a principal causa do baixo movimento em algumas barracas. Uma delas é a “Encontro dos Turistas”, que existe há seis anos e é comandada pela mais antiga barraqueira da festa, Maria de Fátima Dantas, 76 anos, que há 36 vive da venda de comidas na barraca.

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Barraca “Encontro dos turistas” sofre com a mudança nas palhoças

Tudo começou para dona Fátima, muito antes de a festa ser criada, ainda na antiga feirinha. A barraqueira, que trabalha com comidas regionais, como codorna, fava, macaxeira e galinha de capoeira, conta que este ano está sendo um dos piores em relação ao rendimento das barracas, e diz que uma das principais causas foi a retirada da famosa Palhoça Zé Bezerra. “A barraca é Encontro dos Turistas, porque vinha muita gente aqui. Era turista bebendo, comendo e dançando nas palhoças a noite inteira. Esse ano, a palhoça já estava armada na porta da gente, mas quando a gente entrou, com três dias, tiraram a palhoça”, reclamou dona Fátima.

Ela conta que vários turistas já passaram pela barraca, e em anos anteriores, com a Zé Bezerra na frente, o movimento era quase o triplo do que é hoje. “Aqui só vinha turista. De Brasília, de São Paulo, e até uns que falavam umas coisas que eu não entendia nada. Teve um dia que veio tanto turista, que me pediram para emendar três mesas. Eu disse que não podia, porque o espaço era pequeno, e que só faria isso, se o consumo fosse acima de R$ 200. E eles pediram dois litros de whisky e dez arrumadinhos, cinco numa ponta da mesa e cinco na outra. Nesse dia eu apurei R$ 460, coisa que não apuro mais nem em três noites. Na primeira noite desse São João, eu só apurei R$ 14”, contou a proprietária.

Memória viva da festa, a dona do “Encontro dos Turistas” relembra os tempos em que o chão no Parque do Povo ainda era de terra batida. “Acho que eu nem deveria pagar por esse local, pois sou a mesma antiga daqui. Quando cheguei aqui, não era nem Pirâmide, era Palhoção, na terra. Eu amanhecia o dia escavacando as garrafas no chão. Era uma barraquinha com dois paus e uma lona, e no chão, na terra batida. E agora, depois que está tudo bonito, eu pago R$ 900 e não estou conseguindo tirar nem para pagar o que eu devo”, desabafou a vendedora.

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