As fogueiras tem origem européia e fazem parte da antiga tradição pagã, de comemorar solstício de verão. Segundo a lenda católica o antigo costume surgiu quando Isabel deu a luz a João Batista, no dia 24 de junho. Isabel acendeu a fogueira para sinalizar o nascimento de João para sua prima Maria, que se encontrava do outro lado do vale, e também estava grávida. Seis meses depois nascia Jesus.
Algumas cidades da Paraíba, como o caso de Campina Grande com o Maior São João do Mundo, essa tradição perde bastante espaço e acontece em pequena proporção, pois uma ação em 2010 do Ministério Público que proibiu fogueiras em muitos locais do município, tanto privados como públicos. Em cidades menores do interior, como no caso de Nova Floresta no Curimataú paraibano, essa tradição continua bem acesa. Nas ruas é comum encontrar famílias e amigos em torno das fogueiras comemorando o dia de São João e se aquecendo na época mais fria do ano. A preparação começa cedo, alguns vão em busca da sua própria lenha, outros preferem comprar a lenhadores com preços variando entre R$ 10,00 a R$ 20,00, dependendo da quantidade e o tipo de madeira desejada.
A aposentada, Maria Gonçalves Ramos diz que não faz fogueira , mas nem por isso deixa de apreciá-las e revela uma crença para aqueles que não cumprem a tradição. “Já fui de fazer fogueiras antigamente, hoje em dia não faço mais, porque muitos dos meus vizinhos fazem, é uma fogueira a menos prejudicando o meio ambiente, na minha juventude diziam que quem não fizesse a sua fogueirinha o ‘capetinha’ vinha atentar na noite de São João, eu não acredito nessa história”, conclui.
Uma tradição desconhecida por muitas pessoas, é o Batismo de Fogueira que acontece na noite de São João, criando um verdadeiro laço de amor e amizade entre amigos e familiares. A estudante, Marília Evelyn de Medeiros tem madrinha, padrinho e afilhado de fogueira e fala como é feito o batismo. “Tem cidade que faz diferente, tipo pulando a fogueira quando ela está mais baixa. Aqui pegamos duas lenhas acessas da fogueira e colocamos uma cruzando com a outra, formando cruz. Depois o futuro padrinho ou madrinha segura na mão do afilhado(a) e falam três vezes: ‘São João disse, São Pedro concordou, vamos ser padrinho ou madrinha que Jesus Cristo confirmou’, em seguida dão duas voltas em torno da cruz formada no chão. Todo ano sempre acontece esses batismos”, diz a estudante.
Acidentes com fogueiras são raros nesse período de festa junina, mas, idosos, crianças e pessoas alérgicas devem ter cautela para evitar a inalação da fumaça que podem causar sérios riscos a saúde. Por questões religiosas e culturais, menos em menor proporção e com a fiscalização e cuidados ao meio ambiente, fato é, as chamas das fogueiras no período junino é uma tradição que permanece.