A AIESEC (Associação Internacional dos Estudantes de Ciências Econômicas e Comerciais) é a maior organização sem fins lucrativos gerida por jovens. Também é a única que desenvolve liderança responsável e empreendedora por meio de intercâmbios realizados em parceria com organizações, instituições e negócios ao redor do mundo, nos mais de 120 países e territórios onde está presente.
A organização tem como principal objetivo possibilitar que jovens descubram e desenvolvam seus potenciais a fim de causar um impacto positivo na sociedade, através das oportunidades de liderança, intercâmbios profissional e voluntário e participação em um ambiente global de aprendizagem.
Segundo Maísa Gomes, uma das diretoras da AIESEC de Campina Grande, a expectativa é que esses intercambistas possam causar um impacto social na cidade, desenvolvendo trabalhos voluntários, como aulas de inglês e espanhol, nas ONG’s da Cidade. Maísa diz que a AIESEC tenta mostrar que existem pessoas que estão interessadas em vir até aqui para mudar a realidade dos cidadãos.
“Estamos rodando atualmente quatro projetos. Um é mais com âmbito universitário. Nós trazemos intercambistas para cá para dar aulas de inglês para universitários, inclusive, estamos começando um projeto agora na UFCG, no valor simbólico de vinte reais. Esse dinheiro serve para manutenção da AIESEC daqui de Campina Grande e também para desenvolver novos projetos sociais”, disse.
Ainda segundo a diretora, a meta da AIESEC é trazer cerca de 120 intercambistas nesse ano para Campina Grande, porém, a mesma teme que talvez isso não seja possível devido à falta das host families, famílias que acolhem esses intercambistas. De acordo com Maísa, os cidadãos ainda não estão acostumados com algo do tipo e acabam ficando meio receosos em abrigar alguém de outro país.
A grande maioria dos intercambistas não conhecia o São João de Campina Grande. Como é o caso dos colombianos Davi e Pilar, que vieram à Campina Grande para trabalhar com Marketing. Eles ingressaram na AIESEC graças a um concurso que ocorreu na Universidade Central, onde estudam na Colômbia, e queriam um lugar para trabalhar seus conhecimentos em publicidade e ao mesmo tempo ajudar uma ONG a seguir em frente e conseguir recursos.
Eles não tinham a menor ideia de que chegariam a Campina Grande justamente no São João, e ficaram impressionados com o que viram. A infraestrutura, a comida, a música e a receptividade das pessoas estão sendo muito interessantes, segundo contam. Mesmo com as festividades, eles também estão acompanhando a sua seleção na Copa do Mundo. Davi afirma que os colombianos estão malucos pela sua seleção ter conseguido ir tão longe no mundial.
Outro que nunca tinha ouvido falar de Campina Grande é o canadense Dany, que chegou há pouco mais de uma semana à cidade. Dany diz que havia sido chamado para vários países, porém quis vir ao Brasil por nunca ter vindo à América do Sul. E Campina grande está sendo uma experiência totalmente diferente para ele, por ser totalmente diferente do Sul do Brasil, que, segundo o mesmo, lembra muito as cidades norte-americanas.
Dany, que veio à Campina para trabalhar em algum dos institutos de tratamento ao câncer da cidade, disse estar impressionado com o São João. Ele nunca havia visto uma festa que dura um mês inteiro. “Nós temos festivais que duram dias, até semanas. Mas um mês inteiro é algo muito diferente”, disse.
Outro motivo para Dany escolher o Brasil é a Copa do Mundo, por ser um amante dos esportes. Ele primeiramente estava torcendo pela seleção de Portugal, porém agora torce bastante para o Brasil, mas ainda dá seu apoio para as seleções da Holanda e da Alemanha. Ainda segundo ele, a viagem durou quase 30 horas. Viajou de Toronto, capital do Canadá, para Miami, nos Estados Unidos. Chegando lá esperou cerca de 3 ou 4 horas devido a um atraso no seu voo para Recife. Ao desembarcar na capital pernambucana, ainda teve que se deslocar para a rodoviária para vir a Campina Grande. Dany afirma que está adorando a receptividade, algumas pessoas até tentam conversar, porém ele não fala absolutamente nada de português, mas todos estão sendo muitos amigáveis.
Dois colombianos que estão há mais tempo em Campina Grande são Carlos e Liliana. Ele está trabalhando no “Gaia”, um projeto de educação ambiental para crianças de aproximadamente 7 anos de idade, na ONG “Sementes da Vida”. Dá aulas e bola estratégias para conservação e proteção do meio ambiente. Carlos também busca implementar valores dentro da comunidade, que estão sempre incluindo os administrativos da ONG, os outros professores e os pais e amigos dos alunos. É um projeto muito geral. Segundo ele, aqui no Brasil há uma grande problemática em relação à proteção ambiental.
Já Liliana trabalha no projeto “Talk”, onde é professora de espanhol para duas turmas de universitários. Segundo os dois, as festividades do São João e a receptividade da população são espetaculares. Carlos, que ficou em duas host families durante sua estadia, diz não ter do que reclamar, as pessoas são muito receptivas e muito hospitaleiras. Depois dessa experiência, ele tem uma ótima impressão dos brasileiros. Ele também diz que na Colômbia também é comemorado o São João, porém em Campina Grande a proporção da festa é bem maior. Lilliana afirma que não sabia que a cidade possuía o maior São João do mundo, e em sua estadia ela está podendo conhecer muito sobre a cultura de Campina Grande.
Em relação à Copa do Mundo, Carlos e Liliana estão muito contentes. Ele diz que a seleção colombiana está muito bem preparada e jogando muito bem. A Colômbia não participava de uma Copa há 16 anos, e esta seleção, por já ter chegado tão longe, está gerando grande expectativa.