Na tarde da última sexta-feira (25), foi feita a culminância do Projeto Julino, na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Maria Lins. Ela fica situada na cidade paraibana de São Miguel de Taipu, distante 65 km de João Pessoa.
No mês de julho, festa julina
A comemoração atrasada do São João, devido à parada escolar para a Copa do Mundo no mês junino, representou o fim do ciclo de pesquisa e estudos sobre vida e obra de um grande ícone da música paraibana, Sivuca.
Com as boas vindas da diretora escolar, Ednilza Domingos, a todos os alunos, professores e comunidade presentes, após breve show da banda formada por alunos do próprio colégio, iniciaram-se as apresentações de trabalhos nos mais diversos meios para homenagear o músico Sivuca.
O sanfoneiro foi o personagem principal do evento, ilustrado em trabalhos espalhados por todo o pátio escolar com descrições sobre sua história, discografia, fotos de sua carreira musical nacional e internacionalmente.
Os alunos da Escola Maria Lins demonstraram, com o resultado dos seus trabalhos, a importância dele para a música regional brasileira. Apresentação em trompete, em slide show, músicas de sua composição declamadas, cantadas com banda, acompanhas de flauta, jogral e grupos de dança formados pelo corpo discente e docente escolar abrilhantaram o evento.
Destaque para o grupo formado pelos alunos do 3º ano A que apresentou uma peça musical que representou as nuances da música mais conhecida de Sivuca: “Feira de Mangaio”. Dezenas de alunos, entre rapazes e moças se revezavam para declamar, num cenário montado no pátio escolar, as frases da canção.
Como todo evento que represente o São João, as comidas típicas nordestinas não poderiam ficar de fora. Arroz doce, bolo de mandioca, bolo de fofo, além de uma infinidade de pratos feitos a partir do milho reluziam no olhar dos visitantes, logo na entrada do local.
Ainda representando a comemoração junina, houve jogos para chamar a atenção dos menores e concurso de rainha do milho e do melhor casal caracterizado com trajes regionais.
E teve dança? Sim! Além de grupos de dança que se apresentavam em momentos aleatórios do Projeto Julino, a Quadrilha Fio de Sisal animou os presentes que resistiram a uma tarde inteira e permaneceram no local, puxada pelo inspetor escolar Allan Diego.
Já próximo ao fim, o primo legítimo do instrumentista, Orlando Otávio, falou um pouco sobre a história do familiar e recitou algumas passagens do seu livro “Do Mar Arriba, as Maravilhas da Paraíba”, emocionando parte do público presente.
Pertencente à cidade paraibana de São Miguel de Taipu, situada na mesorregião da zona da mata, a escola conta com cerca de quinhentos alunos distribuídos em turmas do quinto ano do ensino fundamental até o final do ensino médio nos três turnos (matutino, vespertino e noturno), além de conter turmas de Educação de Jovens e Adolescentes (EJA) e cursos profissionalizantes proporcionados pelo governo estadual.
Para ver todas as fotos do evento, acesse a fan page da Escola Maria Lins no facebook clicando aqui.
Vídeos do Evento:
- Mais Educação apresenta música de carimbó
- Alunas do 1º ano A cantam “João e Maria”, de Sivuca
- Alunas do ensino médio vespertino dançam Xote das Meninas
Sivuca: instrumentista, sanfoneiro e amante da música regional
Nascido a 26 de maio de 1930, em Itabaiana, município paraibano situado a cerca de 20 km do município são miguelense, veio de uma família de sapateiros e teve como nome de batismo Severino Dias de Oliveira.
Sivuca tinha o dom da música, iniciando sua relação íntima com a sanfona desde os nove anos de idade. Esse instrumento lhe acompanhou durante toda a sua carreira, ajudando a compor trabalhos em ritmos como choro, frevo e forró.
Do seu primeiro disco, lançado em 1950 em parceria com Humberto Teixeira, até o ano de sua morte, 2006, o instrumentista lançou, juntando discos solos e em parceria, por volta de quarenta álbuns.
Sua melodia marcadamente brasileira e suas composições de raiz foram aclamadas pela crítica internacional com seus shows e álbuns em países como França e Estados Unidos. Também trabalhou no meio musical como diretor musical e arranjador instrumentista.
Na sua carreira, vale destacar músicas como “Feira de Mangaio”, composição feita em parceria com sua esposa, Gloria Gadelha, “João e Maria”, com Chico Buarque, “No Tempo dos Quintais” e “Cabelo de Milho”, com Paulo Tapajós, entre tantas outras composições.