Como pensar nos Festejos Juninos hoje? Quais as possibilidades de cobertura para esse tipo de evento? De que forma as mudanças na sociedade urbana afetam as manifestações populares? Estes foram alguns dos questionamentos levantados na oficina “Festejos Juninos, representações culturais e a cobertura jornalística”, ministrada na tarde desta terça-feira (12) pelo professor Arão Azevêdo.
A oficina, que marcou o sétimo dia do II Curso Intensivo de Jornalismo Digital e Reportagem, ocorreu às 14h00 no Centro de Integração Acadêmica (CIA). Seu principal objetivo foi levar os alunos envolvidos com os projetos “Repórter Junino” e “Gente Nossa” a terem um olhar inovador sobre as festas juninas, indo além das pautas óbvias, valorizando a prática de um jornalismo mais humanizado e enaltecendo o valor cultural agregado às festividades.
O professor Arão avaliou que esta discussão foi de grande importância para a preparação dos alunos envolvidos com a cobertura junina, pois estes ainda não desenvolveram um pensamento antropológico sobre o evento. “A necessidade da oficina está exatamente na forma do planejamento comparado com as outras edições, pois, os alunos não encaravam o evento cultural por um olhar que aborda a cultura de massa, erudita e popular”, afirmou.
Além de incentivar uma maior ênfase para a relação cultural estabelecida no São João, a oficina esclareceu também que nenhuma manifestação cultural pode ser estática, e sim continuamente redefinida pela prática coletiva de seus membros, fator que produz espaço para uma polifonia de culturas.
Arão acredita que o esclarecimento desses pontos pode contribuir para que os futuros jornalistas encarem a execução de seu trabalho com novas prioridades. “A oficina visa trazer a luz à equipe que vai produzir reportagens para o Repórter Junino, buscar observar essas manifestações durante as festividades incorporando a produção jornalística mais elaborada, com maior densidade e olhar diferenciado”, completou.
O estudante Allan Gomes, que é integrante do Repórter Junino, demonstrou atender às expectativas do professor. Após assistir à realização da oficina, Allan confirmou a necessidade de se “enveredar por um caminho produtivo diferente do rotineiro modo comercial vigente” exercitando o olhar jornalístico. “A maior contribuição oferecida é encarar e ver o São João em sua essência da cultura popular, adotando uma nova forma de olhar essa manifestação”, explicou.
Nesta quarta-feira (13) o Curso prossegue com a oficina “Estratégias de redação para narrativas convergentes”, que será ministrada pelo professor Antônio Simões às 14h00, no laboratório de Projeto Gráfico.
Reportagem: Renally Aguiar e Bianca Mariano
Fotos: Elyata Nascimento
Reportagem de vídeo: Wesley Farias
Edição: Fernando Firmino