Criado no Cariri do Ceará, o cineasta e poeta Rosemberg Cariry é o homenageado do Folkcom deste ano do XII Seminário Os festejos juninos no Contexto da Folkcomunicação e da Cultura Popular. Rosemberg tem uma trajetória longa e rica na área de produções cinematográficas da cultura popular nordestina e tem em sua carreira a marca de transformar as minorias em roteiros que exalam ao público o seu profissionalismo de qualidade.
O Nordeste é o lugar das principais culturas orientais e o cineasta destaca que as culturas populares da região possuem uma força eminente e conseguem se reinventar a partir das próprias matrizes culturais. Não esquecendo a Paraíba, Rosemberg conta que conviveu dois anos com Ariano Suassuna por todo o Nordeste brasileiro, tempo esse que o mesmo considera como o seu “doutorado” em construção de aprendizado.
A mesa redonda “Folkcomunicação e cultura popular no cinema de Rosemberg Cariry” ocorreu na tarde desta segunda-feira (01), e foi comandada pelo professor Luiz Custódio que o classificou como um artista dentro dos pontos que condizem perfeitamente com a cultura da folkcomunicação. Estavam presentes na mesa os convidados Zezita Matos, Rosemary Alves Melo, Romero Ferreira Azevedo, João de Lima Gomes, Matheus José Andrade e Moacir Barbosa Sousa que falaram com satisfação sobre o trabalho do cineasta e destacaram o cangaço como um dos pontos mais apreciados em suas obras.
A pedagoga Rosemery relata o quanto é importante que produções como a de Rosemberg sejam levadas às escolas do país para que as crianças percebem com sensibilidade a essência da obra e com isso a paixão pelo cinema consiga se expandir. A atriz Zezita Matos transmitiu em seu discurso a emoção em interpretar um personagem de Rosemberg e o quanto ele permite que o ator fique à vontade para criar e reinventar-se nos seus trabalhos.
Sobre a mídia nas culturas, Rosemberg Cariry acredita que ainda exista um domínio muito grande e que às vezes esse modelo de comunicação torna-se perverso, citando o São João como exemplo de berço de tantas tradições folclóricas, mas que acaba virando uma indústria capitalista. Não há dúvidas da paixão de Rosemberg pelo cinema, onde o mesmo considera uma invenção constante finalizando seu amor e trabalho na seguinte frase “O filme não existe se não for pelo olhar e pelo sentimento de quem o assiste” pontua.