Marcelo Canellas explora as narrativas televisivas no Folkcom

Campina Grande, 2 de junho de 2015  ·  Escrito por Débora Marx  ·  Editado por Fernando Firmino
Marcelo Canellas na conferência no Folkcom. Foto:  Dalisson Markel

Marcelo Canellas na conferência no Folkcom. Foto: Dalisson Markel

A primeira noite do Seminário Festejos Juninos no Contexto da Folkcomunicação e Cultura Popular aconteceu ontem, no Teatro Rosil Cavalcanti, às 19h, com a conferência de abertura do jornalista Marcelo Canellas da Rede Globo. Antes de sua exposição, o Grupo Amador de Laços Cênicos (GESTU’S) se apresentou para o público. O grupo trouxe o espetáculo “Quem rir por último, rir melhor” que prioriza na cena o uso das mãos e dos pés como elemento principal e usa recursos de luz e sombra para compor a perfomance.

Depois do Grupo GESTU’S, o evento teve a conferência especial em homenagem aos 50 anos da Rede Globo com a temática: “Reportagem e Cultura Popular: um recorte da cobertura de tv” conduzida por Marcelo Canellas , jornalista do grupo de reportagens especias do Fantástico, que convergiu sua fala para os temas ligados ao regionalismo, à cultura e, principalmente, à forma como o jornalismo vem abordando e tratando desses pontos. A conferência foi mediada pela jornalista e mestre em Jornalismo pela UFPB, Luciellen Lima.

Canellas ainda apresentou três reportagens suas que se encaixavam na abordagem proposta pelo Folkcom. A primeira retratava a sonoridade do povo do Cerrado brasileiro, a segunda buscava mostrar um recorte do Maracatu (dança típica do povo pernambucano) e a terceira abordava o Parafuso, movimento dos escravos sergipanos no século XIX que hoje é traço cultural de um povo.

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Público prestigia conferência e participa do debate. Foto: Fernando Firmino

Por meio destas exibições, Marcelo procurou enfocar que o repórter não deve se acomodar com as mesmas pautas e buscar sempre uma visão diferente, assim como contar histórias esquecidas pela mídia. O conferencista ainda deu dicas para produção de material televisivo: “ Escrever para televisão é aproveitar os inúmeros elementos narrativos que dispomos e quando digo isso estou falando dos silêncios, das pausas, do som ambiente…” .

Após sua explanação foi aberto espaço para perguntas do público, que se dividia entre estudantes, professores e profissionais da área de comunicação. Todos curiosos e instigados com o tema, indagaram e trocaram experiências com Canellas que respondeu a todos e ainda confessou autores que o influenciaram a sua formação como jornalista como Rubem Braga, Mario Quintana, João Cabral de Melo Neto, entre outros.

Para Michele Wadja, professora de Telejornalismo da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e , participante da conferência, a noite foi de grande valia para todos pois “Marcelo é uma grande referência de jornalismo literário em tv” e abriu horizontes acerca da ideia de que TV também é crônica e que a literatura e a cultura podem estar inseridas nela.

O Folkcom é uma realização do Departamento de Comunicação Social e do Grupo de Pesquisa Comunicação, Cultura e Desenvolvimento da UEPB e continua até o dia 3 de junho com mostras, mesas redondas, oficinas e muito mais.

 

A conferência de Marcelo Canellas trouxe dicas para novos jornalistas. Foto: Dalisson Markel

A conferência de Marcelo Canellas trouxe dicas para novos jornalistas. Foto: Dalisson Markel

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