Nas Mãos dos paraibanos, a cultura ganha forma

Campina Grande, 9 de junho de 2015  ·  Escrito por Jessica Tainan  ·  Editado por Anthony Souza  ·  Fotos de Hyvana Rodrigues

Na noite desta segunda-feira (08), às 19:00 horas, o Salão do Artesanato inaugurou sua 22ª edição. O evento não se limitou a uma tipologia homenageada, mas abrangeu todas através do tema “As mãos que trabalham nossa cultura”. O objetivo era de promover a arte regional que os artesãos mantêm como identidade cultural nordestina e com isso expor aos turistas consumidores a riqueza existente em cada trabalho manual, construindo a confluência atmosférica cultural dentro do evento que envolve não apenas a exposição dos artefatos manuais, mas apresentações musicais, bonecos de babau para o público infantil, cordéis, comidas exclusivamente típicas feitas a partir do produto da terra, diversidades que possam agradar todas as faixas etárias.

Sala de descanso, uma das novidades desse ano

Sala de descanso, uma das novidades desse ano

A novidade é que há uma ala médica priorizando a urgência e emergência em casos de acidentes, uma equipe do corpo de bombeiros também está presente para segurança do público. O espaço esse ano está mais amplo compreendendo uma área total de 3.600 m² com 1.270 m² de estande, uma sala de descanso moderna e sofisticada com sofás e  painel de vídeos, praça de alimentação com desing bem característico da região e toda a sinalização interna e externa feita pelo artista Adriano Dias com desenhos de Arte Primitiva Moderna, com o intuito de atrair turistas e proporcionar comodidade e satisfação para que possam levar boas recordações de um passeio agradável.

O Salão está com expectativa de crescimento maior comparado a 2014, a média esperada de visitações é de 100 mil pessoas. O projeto tem iniciativa do Governo do Estado, por meio do Programa de Artesanato da Paraíba (PAP) em parceria  com o SEBRAE, que participa do treinamento de todos envolvidos no evento, fazendo oficinas visando oferecer um aperfeiçoamento na qualidade dos artesanatos produzidos, capacitando as pessoas que produzem a melhorar a tipologia do artesanato paraibano através do empreendedorismo individual, constituindo uma melhor qualidade de vida misturando o conhecimento com a prática, de maneira inovadora e mercadológica, mas sem perder a essência da matéria.

Trabalhos manuais que encantam o público no Salão do Artesanato

Trabalhos manuais que encantam o público no Salão do Artesanato

De geração a geração, a maior parte dos artesãos tenta manter as práticas artísticas, que fazem parte da construção histórica do Nordeste, porém que hoje também está presente na vida de muitos cidadãos. Mesmo com a desvalorização pelos próprios paraibanos, a realização do artesanato é motivo de orgulho de pessoas como Júnior Potiguara, indígena da cidade de Baía da Traição, quando seu trabalho é reconhecido pelo público.

Sua família de 12 irmãos participa desde a primeira edição e sempre com sucesso nas vendas por serem os únicos a exporem as bijuterias feitas a partir de sementes, penas, fibras e alguns materiais naturais da terra.  Ele afirma que “apesar de sermos alvos de preconceito por sermos índios, o Governo nos dá essa oportunidade de mostrar nossas obras para os turistas que, de certa forma, é um incentivo para continuarmos a realizar o que está inserido na nossa família há muitos anos, que é o artesanato indígena”.

Lembranças são recordadas nos brinquedos do Salão

Lembranças são recordadas nos brinquedos do Salão

Alguns objetos se destacam principalmente por marcarem a infância de muitos conterrâneos, a exemplo disto, os brinquedos se destacam. O comerciante José Silva, que confecciona os artigos infantis em madeira, começou aos 6 anos, quando a pobreza assolava o nordeste e as condições financeiras não eram as melhores, em detrimento das circunstâncias, Seu Zé, como é conhecido, aprendeu a fazer seus próprios brinquedos que hoje realiza com orgulho para seus netos e afirma se sentir preenchido porque que faz seu trabalho com amor e dedicação. Um  colorido inserido nos artefatos atraem os olhos do público que acabam encantados pelo trabalho que preserva essa lembrança.

“A grande importância é mantermos vivos o espaço de escoamento da nossa produção dando incentivo aos produtores de matérias primas nordestinas e de preferência a gente poder concientizá-los sobre a necessidade deles trazerem os produtos para nossa identidade cultural.”, relatou Lu Maia gestora do programa de artesanato da Paraíba.

O Salão de Artesanato está aberto ao público de 8 a 30 de junho a partir das 15:00 até 22:00 horas e fica localizado na Av. Brasília, no bairro do Catolé.

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