A Sanfona e os Novos Nomes da Música Nordestina

Campina Grande, 11 de junho de 2015  ·  Escrito por Cecy Macedo e Anthony Souza  ·  Editado por Anthony Souza  ·  Fotos de Dalisson Markel e Yasmim Alencar

Na noite desta quarta-feira (10), o festejo em comemoração ao primeiro ano de atividades do Museu de Arte Popular da Paraíba, também conhecido como Museu dos 3 pandeiros, foi marcada por diversas atrações forrozeiras lembrando a cultura popular paraibana, uma, em especial, chamou a atenção do público, o sanfoneiro João Batista.

O sanfoneiro João Batista, em entrevista ao RJ

O sanfoneiro João Batista, em entrevista ao RJ

João Batista de Souza Filho, 25 anos, natural da cidade de Zabelê, pequena cidade do Cariri paraibano, iniciou no mundo da música aos 12 anos tocando instrumentos de corda como violão e contrabaixo. Apaixonou-se pela sanfona após assistir a uma apresentação feita por Sivuca em sua cidade. A partir de então, buscou conhecer o instrumento.

Meses após a apresentação daquele que já era ídolo de João Batista, a Secretaria de Cultura de Zabelê inseriu o curso de sanfona ministrado pelo professor João Durão que consequentemente foi o primeiro mestre do jovem Batista. No mesmo ano, o irmão de João, sanfoneiro da Banda Descendentes do Forró, faleceu, motivando uma pausa nos seus ensaios por um ano, quando então voltou para substituir seu irmão na banda.

No ano de 2009, aos 19 anos, o já então sanfoneiro João Batista foi à cidade de Campina Grande para tocar no Grupo Raízes. No ano conseguinte, fez vestibular e passou para o curso de Comunicação Social – Jornalismo na Universidade Estadual da Paraíba. Ainda quando acadêmico, foi convidado pelo Mestre Agnaldo Barbosa para participar do grupo Acauã da Serra.

Grupo Sivuquiando, após sua apresentação no MAPP

Grupo Sivuquiando, após sua apresentação no MAPP

Desde 2012, o mesmo ministra o curso de sanfona oferecido gratuitamente pelo Centro de Cultura e Arte da Universidade Estadual da Paraíba. O projeto abriga jovens interessados em aprender a tocar sanfona, tudo gratuitamente. Há dois grupos, iniciante e veterano, cada um deles com a duração de ano, podendo o aluno então ficar nas aulas por até dois anos.

João Batista também faz parte do grupo de sanfoneiros conhecidos como “Sivuquiano”, que têm esse nome em homenagem ao cantor Sivuca, uma das inspirações tanto do grupo quanto do sanfoneiro.

O instrumento, que antes era marginalizado, mas ganhou espaço a partir da garra de músicos como Luiz Gonzaga, Sivuca e Dominguinhos e assim, adquirindo espaço dentro da cultura. “A sanfona, diferente do que se imagina, não se enquadra apenas no forró, há músicos que tocam outros ritmos com a sanfona, como jazz, bossa nova, MPB, entre outras”, explicou João.

Já próximo de encerrar o evento, o jovem sanfoneiro ainda voltou a ser o centro das atenções, tocando clássicos da música nordestina, enquanto o público ali presente cantarolava junto às canções e se emocionava com os acordes de João Batista.

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