Um dos eventos mais esperados do mês de São João é o casamento coletivo, que tradicionalmente acontece todo ano na pirâmide do Parque do Povo. Diversos casais se inscrevem e alguns são selecionados. A oportunidade de realizarem o sonho do tão esperado “Sim” é concretizada em um grande evento preparado especialmente para eles.
Muitas histórias diferentes são encontradas lá, histórias que provam que o amor passa por diversas situações e consegue se manter vivo. A noiva mais nova tem 17 anos, Larissa casou-se no casamento coletivo por influência de sua mãe, que viu o evento como oportunidade da filha realizar o grande sonho. Ela e seu esposo Mateus, de 21 anos, se conheceram a quatro anos atrás na escola onde estudavam, e desde então começaram a namorar.
Ana Cláudia e Rafael, também se casaram no casamento coletivo, com sete meses de gravidez, Ana preparou-se para selar o matrimônio com seu esposo antes da chegada do seu bebê Samuel. A sua mãe também casou no casamento coletivo há 4 anos, e neste dia, ela pôde viver a mesma experiência que sua mãe viveu alguns anos antes.
No casamento coletivo também encontramos histórias de que casamentos nem sempre duram, mas não desistir de encontrar o amor verdadeiro é fundamental. Geneglaucio se casou pela segunda vez no casamento coletivo, o matrimônio não deu certo e o casal se separou amigavelmente. No evento deste ano ele veio novamente casar no Parque do Povo, com Geise e alega que agora encontrou o amor da sua vida.
Se o Dia dos Namorados já tem o romance característico da data, os envolvidos no projeto, os casais e aqueles que assistiram tiveram um motivo a mais para comemorar o amor. O casamento coletivo reuniu 100, que disseram “Sim” diante da lei e abriram as portas pra uma nova etapa em suas vidas. E que todo esse amor do Dia dos Namorados perdure por longos anos.
As inscrições para o casamento coletivo aconteceram no dia 25 de março deste ano e foram realizadas na sede da Secretaria de Cultura do município (Secult). Além das 100 vagas para os candidatos ao casório, outras 20 foram oportunizadas como reserva, caso houvesse alguma desistência ou até mesmo problemas na documentação de algum dos noivos. O custeio de toda a festa, desde os trâmites cartoriais até a ornamentação, ficou a cargo da prefeitura.
A celebração do casamento ficou por conta do juiz de direito de Campina Grande, Kéops Vasconcelos, que celebrou a cerimônia cívica pela 6ª vez consecutiva. A macha nupcial foi por conta da Orquestra Filarmônica Epitácio Pessoa. Houve ainda uma apresentação de dança intitulada “Casamento Matuto” da “Companhia Livre de Dança”.
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Os que fazem acontecer
Um dia inesquecível e que se torna sonho na mente do imaginário de todo casal apaixonado. Assim podemos definir o dia 12 de junho para os 100 casais reunidos na 16ª edição do Casamento Coletivo, que teve a preparação das noivas no Centro Cultural Lourdes Ramalho, que fica ás mediações do Parque do Povo e que contou com a participação de aproximadamente 100 profissionais para a realização do evento, isso incluindo equipe de maquiagem, cabeleireiros, organizadores, dentre outros.
Para quem foi expectador do casamento, que tradicionalmente se realiza na Pirâmide do Parque do, não imagina que por trás de todo o brilho e grandeza que a festa exala aos olhos, existe toda uma equipe engajada para que tudo venha acontecer nos conformes, assim como manda o figurino de uma festa de casamento. Representando a Secretária de Cultura de Campina Grande, Karine Nogueira esteve no Centro Cultural dando as coordenadas a toda a equipe envolvida, há exatos 2 meses que a prefeitura tem se articulado para promover o casamento aos casais, este é o seu primeiro ano em que se envolve no evento e se responsabilizou pelo processo cartorial e inscrição dos noivos, eles se prepararam, tiveram reuniões, então a cada 15 dias entravam em contato para no dia 12 realizarem o evento. “O dia das noivas, dos noivos que são pessoas que estão nervosas, eufóricas e a gente tem todo um tratamento especial de cuidado e de carinho para fazer a festa ficar bonita e satisfatória”, disse.
No ano passado tiveram 150 casais, em alusão ao sesquicentenário de Campina Grande. Karine justifica a redução dos números de casais esse ano por conta de tramites no cartório. Esse ano, houve a atualização da certidão de nascimento, pois, há a exigência no cartório de se ter o selo digital nas certidões. “Todo mundo vai ter que se adaptar a essa realidade que é ter uma certidão padronizada. Desse modo já houve essa exigência este ano”, fala Karine Nogueira.
Três equipes de cabelereiros(as), entre elas Neta Lins, Janaína e Carlinhos que além dos cabelos faziam a maquiagem das noivas. As roupas dos casais são alugadas. Entre as empresas que trabalham prestando serviço ao casamento coletivo junto à prefeitura estão Jô Noivas, Casa das Noivas, Gelpita Noiva. A maquiadora Iranete Lins, que participa desde as primeiras edições do casamento coletivo, diz realizar um trabalho que possa satisfazer não só as noivas, mas também toda a organização do evento. “Nós trabalhamos com muitas noivas, então cada uma a gente tem que se dedicar com muita responsabilidade, porque é o nosso trabalho e queremos que elas fiquem satisfeitas”, ressalta. Janaína Cabeleireira, que participa pelo terceiro ano na produção das noivas, tinha 6 pessoas em sua equipe e acha muito significante a participação de sua equipe e não tem do que reclamar. Passaram pelas mãos dessa equipe 35 noivas que estampavam no rosto sorrisos de gratidão pelo serviço que estava sendo prestado.
Como evento já consolidado no âmbito do Maior São João do Mundo, todos os holofotes atentaram para tamanha grandeza celebrada num cenário como a Pirâmide do Parque do Povo, que esteve ornamentada por peculiares adereços que faziam alusão ao momento junino o qual vivenciamos. Dentre os veículos de comunicação local, estiveram presentes as equipes das TV´s Paraíba, Itararé e Borborema e ainda da emissora de rádio Campina Grande FM. A apresentadora e repórter da TV Itararé, Mônica Victor, que já fez a cobertura do casamento em 2012 e 2013, diz ser emocionante e prazeroso para ela cumprir a pauta do casamento coletivo, pois “é sempre muito emocionante, já é algo que se consagrou, já é tradição dentro do Maior São João do Mundo”, disse.
O apresentador do Globo Esporte e repórter da TV Paraíba, Marcos Vasconcelos também esteve presente na cobertura. Ele, inclusive, participou em outras edições do evento e diz que todo mundo pode imaginar: “não, é a mesma história, a mesma coisa. Casais que vão dizer o sim, mas, cada ano que você vem é uma história de vida de uma pessoa diferente, então é uma emoção a mais, uma emoção diferente”, compartilha. Dentre os momentos marcantes no casamento coletivo, ele cita a edição em que colocaram pela primeira vez a sanfona tocando a marcha nupcial e quando as noivas passearam por meio do Parque do Povo. “Na medida em que esse casamento foi criado eu pude acompanhar esse desenvolvimento, ou seja, é um evento que não pode parar mais, já faz parte do calendário”, enfatiza. A Campina Grande FM esteve representada pelo Jornalista Arthur Augusto, ex-aluno do Curso de Comunicação Social da UEPB, atualmente ocupa o cargo de Chefe de Reportagem. A primeira vez que participa na cobertura do casamento coletivo, diz se sentir “um dos colaboradores que leva o melhor do São João para a casa das pessoas através, do meu caso, das ondas do rádio”, disse.
A imprensa se junta nesse momento pra mostrar a todos, histórias curiosas, divertidas, românticas e inusitadas que surgem em meio a tantos casais. À exemplo disso, fotógrafos como Francisco Monte Filho, que atua na profissão há 30 anos, diz que desde as primeiras edições do casamento coletivo, Francisco atua nessa função oferecendo seus serviços aos noivos que muitas vezes agendam previamente com ele as fotografias para o dia. A procura por fotógrafos não cessa em momentos como esse.
Alguns fotógrafos sentiram dificuldade de acesso a preparação das noivas no Centro Cultural Lourdes Ramalho, já que eles não tinham credenciais. “Somos todos profissionais. Tem a parte do jornalismo e a parte dos fotógrafos que são contratados”, lamenta seu Francisco.
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Histórias de amor e emoção marcam o evento
Em meio aos 100 casais envolvidos na cerimônia cívica realizada na Pirâmide do Parque do Povo na noite desta última sexta-feira (12), dia dos namorados, muitas são as histórias de amor que fazem com que o momento se torne cada vez mais especial na vida de cada um deles. No Centro Cultural Lourdes Ramalho, a ansiedade e a emoção embalavam as noivas num sentimento que não tem explicação. O local era exclusivo para as noivas, porém, um dos noivos ficou para se aprontar. Ver o vestido da noiva antes pode ou não dar azar, é melhor não arriscar. De última hora, um dos seguranças do local juntamente com um familiar da noiva providenciaram um lugar ele se aprontar. Essa foi a história do casal Luzia Nunes de Souza (64) e Manoel Vitorino dos Santos (58), ambos são agricultores e residem aqui em Campina Grande. O casal que vive junto a aproximadamente sete anos se conheceram durante o trabalho no campo.
Antes do destino os apresentar, eles eram viúvos e num primeiro momento o amor aconteceu para eles dois. O casal foi instigado a procurar o casamento coletivo por intermédio do filho de dona Luzia que já havia se casado em uma das edições do evento, e foi assim que chegou e alcançou o tão esperado sonho de unir-se com seu companheiro. Além do auxílio de seu filho, uma vizinha a ajudou com algumas instruções para se inscrever e concorrer a uma das 100 vagas oferecidas pelo casamento. Seu Manoel, que tentou disfarçar a sua ansiedade no ato da entrevista quando interrogado sobre como estava sendo para ele se casar em uma cerimônia como a proporcionada pela Prefeitura Municipal, juntamente com a Secretaria de Cultura, transpareceu por meio de seu olhar e de seu jeito acanhado que o coração estava a mil por hora. “Eu estou tranquilo. Não estou nervoso. Está bom demais”, relata com certo anseio quanto ao momento em que vive.
A irmã da noiva, a dona de casa Geneide Nunes de Souza (40) diz ser importante compartilhar desse momento na vida de sua irmã, é algo ímpar na vida de todo casal apaixonado. Geneide que já passou por essa experiência de preparação da cerimônia falou sobre como é estar presente junto ao casal. “Eu fiquei muito feliz em ver meus familiares, então eu acredito que ela irá ter a mesma emoção, a mesma felicidade que eu, entendeu? E ela é muito especial para mim, minha irmã, não só ela como ‘Neco’ [seu Manoel] são pessoas maravilhosas”, disse. Ela enfatiza que ficou admirada com o casamento coletivo e disse que um evento com esse porte custa muito caro e disso ela sabe muito bem, pois já passou por isso quando casou. “Eu achei maravilhoso, até agora está sendo maravilhoso. […] eu gosto do individual, mas olhando bem, claro que eu me casaria”, conclui.
Outra história de vida encontrada em meio aos casais foi a da doméstica Lidivânia Gomes Duarte (39) e de seu cônjuge Cícero Félix da Silva (37) que atua como agricultor. Eles que já vivem há 6 meses juntos, algo relativamente recente, se conheceram na praia em uma viagem à João Pessoa, e viram no casamento coletivo a oportunidade de selarem a união cívica. “Ele [o esposo] me fez o convite, eu aceitei e foi muito fácil para se inscrever aqui no casamento coletivo”, disse. Quanto às expectativas para a cerimônia ela demonstra estar maravilhada, pois o dia do casamento deles coincide com o dia dos namorados. Ele residia em Massaranduba, ela em Campina Grande, mais a distância não foi capaz de impedir a união do casal que atualmente vivem aqui na cidade.
Vivendo há dez anos juntos, o casal de vendedores Lidiane Gomes de Lima (26) e Rodrigo Glauber (28) se apaixonaram num momento como esse o qual eles vivenciam, isso por intermédio de uma amiga da noiva.
O casal que é daqui de Campina Grande e conta que não tinha condições para realizar um casamento na igreja e aproveitou a oportunidade que o evento lhes proporcionou. “Eu estou nervosa, só esperando a hora tão esperada”, suspirou demonstrando certa ansiedade. Os familiares deles estiveram na ocasião e prestigiaram o momento na vida do casal.
Dois anos e meio. Esse é o tempo em que o casal de agricultores, Joseildo dos Santos (28) e Veridiane Mª da Silva (23), estão juntos mas, para não ficar na informalidade da união resolveram oficializá-la no casamento coletivo. Com uma filhinha de 5 meses, chamada Júlia Marinho dos Santos, Veridiane chegou ao Centro Cultural com ela nos braços já para se aprontar. Segundo o noivo eles se conheceram na escola que estudavam e com três meses, deram início ao relacionamento. Resolveram “morar juntos” e até hoje eles vivem uma vida conjugada e “agora estamos realizando um sonho que era um sonho de nós dois, o de casar”, afirma.
Os preparativos de um dia cheio de emoção, os bastidores e a união de dezenas de casais foram registrados no vídeo que você vê abaixo:
EQUIPE DE REPORTAGEM
Edição: Ivan A. Costa
Texto: Sulamita Oliveira, Victor Posse e Edna Farias
Fotos: Dalisson Markel, Rayane Brito, Taysom Maytchael, Bruna Duarte e Karlla Ferreira
Vídeo: Maria Clara, Ivan A. Costa, Taysom Maytchael e Wesley Farias