Mãos que tecem a cultura: o artesanato visto como terapia

Campina Grande, 20 de junho de 2015  ·  Escrito por Cassiene Raissa, Jéssica Lopes e Samara Maciel  ·  Editado por Jenifer Pachú  ·  Fotos de Eduarda Silva

Dona Madalena (artesã)

O artesanato se instalou na vida de Dona Madalena, através de sua avó, que fazia bonecas de pano e colchas de retalho. Ainda muito nova aprendeu a costurar e já gostava do resultado, segundo ela “pouco profissional”, que dava a cada peça. Já adulta, viu seus filhos e netos seguirem outros caminhos. Não sobraram outros parentes para dar continuidade a este trabalho tão árduo para uns, mas que para ela é uma verdadeira terapia.

Através do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, que influencia e financia, através do BNDES, iniciativas individuais de trabalho, Dona Madalena e outros amigos mantém viva não só a história do trabalho artesanal, como a cultura nordestina. E é fazendo bonecas, panos de prato, flores e colchas de cama, que desde 1989 ela vem encantando as pessoas que passam pelo Parque do Povo com suas peças de artesanato. “Sempre fui muito grata ao local, porque não sou de dançar, mas aquele lugar me abriu portas e até hoje ajuda a aumentar meu lucro”, afirmou.

A loja de artesanato que tem o trabalho de Dona Madalena está presente na Vila Nova da Rainha, número 11. São várias pessoas responsáveis pelo atendimento, é por isso que existe uma espécie de “rodízio” nos dias de funcionamento. Lá é possível encontrar um pouco de tudo, do algodão colorido aos panos de prato bordados. Com metas traçadas, a empreendedora junto com alguns de seus amigos, irão inaugurar uma loja de artesanato dentro da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), com ajuda de professores da instituição, após o São João.

Mesmo com a morte do marido, com quem foi casada por 40 anos, não teve motivo suficiente para largar o artesanato, pelo contrário, tanto faz se está triste ou alegre, para ela é um refúgio: “às vezes chego a ficar acordada até uma da manhã e não me importo, tenho muita paixão pelo que faço, esse trabalho é minha vida”.

Todas as suas peças são feitas em casa, no silêncio da madrugada e no barulho constante do dia, pois como ela mesmo diz: “se não for feito com amor, então não vale a pena fazer”.

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