No primeiro dia do Folkcomunicação teve cordel, “sim, sinhô!” Os primos cordelistas de Massaranduba, Guilherme e Sabrina, ministraram no primeiro dia do evento, uma oficina de cordel, na qual ensinaram um pouco da origem, características e como produzir um cordel.
O cordel tem origem na tradição dos trovadores, que se reuniam nas praças para recitar rimas improvisadas. No contexto do Sertão Nordestino, essa forma de expressão popular, conta geralmente histórias do dia-a-dia daquele povo, que pode refletir as dificuldades ou as graças da vida.
Sabrina é estudante do 3º ano do ensino médio na E. E. Maria Zeca de Souza, e Guilherme está no 9º ano do ensino fundamental na escola E. M. Suzete Dias Correia, ambos fazem parte da Juventude Camponesa do projeto Sementes do Saber de Massaranduba, que dá oportunidade e incentivo aos jovens agricultores, proporcionando inclusive intercâmbios comunitários intermunicipais. As histórias dos meninos com o cordel são bem parecidas, os dois foram influenciados pela família. É tradição que vem de berço!
Sabrina tem 16 anos e começou a se interessar por cordel por influência da mãe, que tem grande apreço pela literatura de cordel e deu para a filha, de 8 anos de idade, seu primeiro cordel, “O pavão misterioso”. Sem saber que isso seria um impulso para o amor que Sabrina iria desenvolver com essa literatura nordestina. A partir disso, a professora da 4ª série foi quem enxergou seu talento e a estimulou, o que na opinião de Sabrina, não é algo frequente, dizendo que o cordel é muito desvalorizado na escola.
Já Guilherme tem 14 anos, e herdou o talento e paixão do seu avô que era repentista, e foram os professores quem viram sua facilidade com a rima, e estimularam os primos a continuarem o trabalho. Porém, foi durante os intercâmbios comunitários promovidos pelo Sementes do Saber, que os primos começaram a se reunir para brincar com as palavras e fazer cordel.
Os jovens cordelistas não esconderam o medo que estavam por nunca terem ensinado a sua técnica, dizendo que o que sabem não foi por estudo, e não é teoria, mas sabem porque aprenderam de outros, e através de muita prática! Mas a felicidade estava nos sorrisos e na simpatia com os quais eles ministraram a oficina e levaram todos para o universo do cordel.
A oficina de cordel contou também com a participação dos cirandeiros de Massaranduba, Willes Nunes, Josemberg Mendonça e Ednaldo Silva, que embolaram os participantes no ritmo da ciranda e do coco! E finalizou com uma parte prática na qual os participantes colocaram a mão na massa e produziram seus próprios cordéis.