Coreto: um resgate histórico-cultural dentro do Parque do Povo

Campina Grande, 11 de junho de 2016  ·  Escrito por Djane Assunção  ·  Editado por Anthony Souza  ·  Fotos de Klauber Canuto e Vítor Caio
Coreto montado em frente à réplica da Catedral de Nossa Senhora da Conceição, no Parque do Povo

Coreto montado em frente à réplica da Catedral de Nossa Senhora da Conceição, no Parque do Povo (foto: Vítor Caio)

Para os forrozeiros que forem apreciar as atrações dos festejos Juninos no Parque do Povo (PP), o denominado “Quartel General do Forró” na cidade de Campina Grande, poderão se deparar com uma construção circular protegida por grades e localizada propositalmente em frente à réplica da Catedral de Nossa Senhora da Conceição e ao lado do Pavilhão do Milho.

Há quem não saiba, mas essa construção é chamada de coreto e possui uma grande representação cultural para a formação das cidades do interior, não só no sentido arquitetônico, como também em relação aos mais diversos festejos, tais como as festas de São João.

Trio A favorita em apresentação no Coreto

Trio A favorita em apresentação no Coreto (foto: Klauber Canuto)

É muito comum chegar a uma cidadezinha de interior e encontrar em sua praça principal um coreto ocupado por crianças, senhores ou casais de namorados. Essas pequenas e charmosas construções são símbolos da democratização cultural das sociedades ocidentais. Serviram como palcos para apresentações de artistas populares, bandas marciais e manifestações políticas, sendo monumentos que presenciaram as transformações históricas, culturais e sociais em todo o mundo.

Sua construção no PP nesse São João foi feita exclusivamente para apresentação de trios de forró, resgatando a tradição das exposições da cultura popular nordestina e a simbologia representada pelo monumento que remete uma época em que as praças públicas eram os centros das grandes atrações, onde as tradições das cidades tinham espaço garantido. Atualmente, grandes palcos com suas megaestruturas são os principais locais para os eventos.

O casal de professores Erickson Melo, 28, e Maria Leopoldina, 32, aprovaram a iniciativa do local e se mostraram bastante empolgado com a ideia de apresentações de trios de forró. “Esse local é uma surpresa para gente, não sabíamos que estava acontecendo nada por aqui. Já passamos várias vezes pelo local e nem tínhamos notado o monumento. Quando retornamos, presenciamos a apresentação de um trio de forró que tocava pelo local e que nos chamou muita atenção”, declarou Erickson, e confirmou sua esposa.

O resgate histórico trazido pela ornamentação dos espaços do PP, principalmente os arredores do coreto e da réplica da Catedral de Nossa Senhora da Conceição, tentam aproximar o público da essência presente nas festas juninas, que, por mais modernas que possam estar, sempre serão associadas à cultura popular e às manifestações históricas responsáveis pela construção social e persistência da memória de um povo.

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