O céu sem nuvens exibindo lindas estrelas e uma lua brilhante anunciava o quão perfeita seria a noite. Nele, os canhões de luzes brancas chamavam atenção de quem passava por perto do local. Bem ali embaixo de uma estrutura metálica montada de frente a Casa Memorial Severino Cabral aconteceu, na noite de ontem, quarta-feira (16), a 3ª edição do São João do Carneirinho. Um verdadeiro espetáculo de cultura e arte oferecido gratuitamente. O ingresso foi apenas a alegria e vontade de manter acessa a chama das tradições nordestinas.
Idealizado pela professora Eneida Agra Maracajá, o São João do Carneirinho integra a programação do Maior São João do Mundo e faz a diferença pois especificamente se volta para o dono da festa, São João Batista, que carinhosamente é chamado de São João do Carneirinho. Ela atribui o sucesso do evento aos seus organizadores, ao apoio e a qualidade do público presente todos os anos. “O que nós fazemos aqui é uma contribuição, uma celebração que nos traz felicidade e mostra a força do Maior São João do Mundo que conta com esse espaço das artes de referencias populares”, conclui.
Mas produzir todo esse espetáculo não é fácil. Adriana Alves, responsável pela administração do Instituto de Arte, Cultura e Cidadania – Solidarium, que em parceria com a Prefeitura Municipal de Campina Grande promovem o evento, nos revelou um pouco das dificuldades que enfrentam para manter o São João do Carneirinho. Ela agradece aos parceiros que permitiram através do apoio financeiro e logístico a realização das apresentações, além de agradecer também a Prefeitura Municipal de Campina Grande pela estrutura e segurança e a imprensa que, segundo ela, é o porta voz entre as instituições e sociedade. Ela nos diz que apesar das dificuldades é muito compensador saber que está contribuindo para a difusão da cultura e realizando um festival que permite a participação de todos os públicos.
“Um sentimento ímpar, um sentimento único”. É assim que, Gisele Sampaio, representante da Secretária de Educação e Cultura e membro do Solidarium, adjetiva o que sente no exato momento em que assiste as apresentações e observa o público envolvido com as mesmas. “O nosso público não vem consumir apenas por consumir, ele é um apreciador, ele é um expectador, é um publico que vislumbra a vivencia com a autenticidade, pois a massificação do produto cultural tem perdido um pouco a sua identidade e o São João do Carneirinho compartilha o que é tradicional o que é autêntico”, completou Gisele.
Para o médico Mário Albuquerque, que frequentou o festival pela segunda vez, o São João do Carneirinho tornou-se uma festa maravilhosa e tem tudo haver com a professora Eneida Agra Maracajá, que segundo ele representa e bem a cultura nordestina. A promessa é que ano que vem ele esteja de volta para assistir a todas as apresentações.
Quem primeiro se apresentou nessa edição foi o espetáculo “Folias de Mamulengo”, em seguida o balé juvenil fez uma homenagem a obra “O auto da compadecida” do escritor, Ariano Suassuna. Ao subir no palco a orquestra Suviqueano tocou o melhor do forró. Logo após a cantanta do Sol e da Lua levou arte e música aos presentes, através de declamações e rimas o espetáculo arrancou sorrisos e muitos aplausos dos presentes. A penúltima atração foi a bicampeã do festival de quadrilhas juninas de Campina Grande a quadrilha Mistura Gostosa, que transformou o pavilhão num grande arraial, fazendo os presentes entrarem no clima. E, para fechar com chave de ouro, um trio de forró animou os forrozeiros cantando vários sucessos do nosso nordeste.