Antigamente, ouvir música era um evento esporádico, era necessário que as pessoas fossem ao encontro dos artistas, ou tivessem equipamentos, até então caros, para reproduzir as melodias e canções que lhe agradavam. O tempo passou e hoje vivenciamos um período em que a música faz parte do nosso dia-a-dia constantemente.
Com isso, a própria produção musical aumentou, alguns estilos foram se modernizando, recebendo influências externas e se transformando em outros ritmos. Essas metamorfoses são vistas e sofridas até hoje e em alguns casos geram polêmica, como no caso do forró. Afinal, nossa música está sendo enriquecida ou empobrecida?
No cenário do Maior São João do Mundo, as coisas andam divididas: Para alguns, o forró tem que ser o autêntico Pé-de-Serra, para outros, cantores como Gabriel Diniz, Aviões do Forró e Wesley Safadão são muito bem vindos e refletem por meio de suas “estilizações” uma novo estilo sem anular os outros.
Para o professor de Produção Musical da Universidade Federal de Campina Grande, Carlos Allan, o Parque do Povo precisa dar espaço para os dois estilos. “O forró tem um alfabeto próprio e ele precisa ser preservado. Se ele será tocado com guitarra, teclado, zabumba e sanfona já é outra história. Os dois são válidos. Precisamos apenas atentar para a preservação do alfabeto que caracterizamos como forró, mas espaço, dentro da festa, há para todos” explica.
Nesse sentido, fomos até o Parque do Povo escutar as pessoas e saber o que aqueles que, de fato, frequentam e curtem a festa acham disso tudo. Será que estamos deturpando nossas tradições? Será que o conhecido “Forró de Plástico” anda usurpando os palcos do São João? Ou será que é apenas uma releitura do nosso tradicional pé-de-serra que vem agradando a maioria dos jovens? Será que não se pode atender as duas demandas quando temos 30 dias de festa? Ou será que as letras desses novos forrozeiros são tão pobres que não merecem credibilidade nenhuma?
No vídeo, vamos descobrir a opinião das pessoas e refletir um pouco mais sobre o que o professor Carlos Allan pensa sobre isso. Afinal, quando se fala de tradição, forró e festa junina, estamos falando,diretamente, de Campina Grande.