Lançamento do CD de Roninho do Acordeon movimenta o Bodódromo com forró e dança

Campina Grande, 26 de maio de 2017  ·  Escrito por Kermelly Santos, Luanna Albéria e Taís Resende  ·  Editado por Juliana Rodrigues e Frankllin Alves  ·  Fotos de Kermelly Santos

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Na noite de ontem (25), ocorreu no Bodódromo Churrascaria, na Avenida Manoel Tavares, o lançamento do novo CD, intitulado “Todo Mundo Dança”, de Ronalisson Santos Ferreira, ou como é mais conhecido, Roninho do Acordeon. Esse trabalho foi fruto de uma turnê do cantor na Europa, onde ele pôde acompanhar, de perto, não só as barreiras já ultrapassadas pelo forró, mas a paixão e valorização da cultura nordestina.

Com nove anos de estrada, sendo quatro em carreira solo, seu 3º CD é um destaque em sua trajetória por retratar a transição do apenas sanfoneiro para o compositor. “É um marco na minha carreira porque, aqui, começa o Roninho do Acordeon compositor. Até então era só sanfoneiro, agora que eu tive a coragem de lançar a parte de composições”, declarou Roninho.

Descontração marca a noite no Bodódromo

Um álbum que tem a incorporação de novos elementos deixou a obra com uma identidade musical muito forte em que se buscou enaltecer as variações musicais de todo o Nordeste, como o xaxado, maracatu, baião, forró, xote e frevo, mantendo, dessa forma, a preservação do formato regional com o jeito Roninho de fazer música.

Encantado com a trajetória do cantor, Biliu de Campina, especialista na arte de fazer forró, fez questão de deixar registrada sua admiração por Roninho, que apesar de ser jovem e viver no auge do forró estilizado, não abandona suas origens. “Ele é a continuação de Dominguinhos”, exaltou Biliu.

E tudo isso começou aos 11 anos de idade quando Roninho se vestiu de Luiz Gonzaga para uma apresentação da escola. A partir daí surgiu toda a curiosidade em estudar o cangaço e tudo que há por trás desse universo nordestino. Com sede não só de música como também de fazer forró, o menino ainda tentou violão e bateria, mas seu destino estava traçado ao lado da sanfona. Desafiado pelo pai em aprender a tocar  “Asa Branca” em seis meses, Roninho com sua força de vontade conseguiu o feito em apenas apenas três dias.

Apaixonado por Dominguinhos e considerando-o a bússola de todo sanfoneiro, Roninho continuou na música e hoje tem um currículo exemplar: tocando ao lado de Alceu Valença, Biliu de Campina, João Gonçalves – os dois últimos participaram deste novo projeto –  e ganhando os mais diversos festivais. Misturando ritmos como xaxado, maracatu e jazz, Roninho trilha seu caminho na música de forma brilhante, fazendo não só o forró tradicional, mas perpetuando, também, a cultura popular nordestina para a nova geração através da sua arte. Trabalho reconhecido por seus colegas de profissão, Gitana Pimentel ressalta a importância desse músico para o forró. “Roninho luta muito pra levantar a nossa bandeira, pra sustentar a nossa cultura mesmo. Ele é meu consultor de repertório. Tem   um conhecimento gigantesco sobre forró!”, declarou Gitana, que prestigiou o amigo.

Alexandre Tan e Roninho animam o público.

Alexandre Tan e Roninho animam o público.

E todo aprendizado e profissionalismo foi mostrado no palco do Bodódromo durante o show. Com carisma e desenvoltura, Roninho recebeu Biliu de Campina – onde cantaram “Pedido a Padre Cícero” – Capilé, Alexandre Tan, Dilsinho Medeiros, entre outros. Já na plateia amigos familiares e admiradores de sua música arrastaram o pé ao som do artista.

Com o intuito de continuar a tradição de ícones como Luiz Gonzaga e Dominguinhos mesmo sabendo da responsabilidade em representá-los, Roninho segue sua trajetória levando a bandeira do forró tradicional a frente, enfrentando todas as dificuldades e a comum falta de apoio para os artistas da terra.

 

 

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