3ª edição da série “Mestres da Sanfona” homenageia maestro Sivuca

Campina Grande, 31 de maio de 2017  ·  Escrito por Érica Ribeiro e Leticia Aragão  ·  Editado por Adriana Araújo  ·  Fotos de Dalisson Markel
Fabrício Ferreira, coordenador, professor e idealizador do projeto Música no Teatro.

Fabrício Ferreira, coordenador, professor e idealizador do projeto Música no Teatro.

“Mestres da Sanfona” é o nome da série que homenageou a cultura nordestina através da música. A iniciativa faz parte do projeto Música no Teatro, que já acontece há dois anos na sala Paulo Pontes do Teatro Municipal Severino Cabral.

Plateia lotada na sala Paulo Pontes do Teatro Municipal.

Plateia lotada na sala Paulo Pontes do Teatro Municipal.

A primeira edição da série “Mestres da Sanfona”, realizada em 2015, homenageou Dominguinhos e teve como convidado Roninho do Acordeon. Já na segunda, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião foi homenageado pelo Sanfoneiro João Batista. Na noite desta terça, 30, a terceira e última edição da série fez uma homenagem ao maestro paraibano Sivuca e teve como convidado o sanfoneiro Erivelton Nóbrega (Vevel). “Muitas pessoas não sabem tudo que Sivuca foi, em 1962, ele ganhou um prêmio na França como instrumentista do ano”, comenta o coordenador do projeto, Fabrício Ferreira.

Sobre as escolhas dos artistas homenageados, Fabrício afirma: “eu escolhi esses três artistas porque eles, além de representarem a cultura nordestina, também representam o desenvolvimento da sanfona como instrumento e como instrumento com linguagem brasileira.”

Nascido em Pocinhos – PB,  Vevel foi o convidado de honra da série “Mestres da Sanfona” do projeto Música no Teatro, incubido da tarefa de homenagear o Maestro Sivuca, levando para o palco um repertório eclético com composições originais do mestre. “Fazer uma homenagem à Sivuca é simplesmente homenagear um dos maiores sanfoneiros e músicos, não só do Brasil e do nordeste, mas reconhecido no mundo inteiro. Ele conseguiu ir do regional ao erudito, escreveu arranjos de músicas regionais para grandes orquestras e o repertório do Sivuca é um leque de vários ritmos. Então pra mim, especialmente, é uma honra muito grande”, afirma o sanfoneiro.

Convidados do sanfoneiro Vevel. Alexandre Couto, Gitana Pimentel, Nívea Soares, Vitor Emanuel, Emerson e o pequeno Henrique.

Convidados do sanfoneiro Vevel. Alexandre Couto, Gitana Pimentel, Nívea Soares, Vitor Emanuel, Emerson e o pequeno Henrique.

Por ter um caráter de viés educativo, o projeto é composto por uma palestra seguida de apresentações de vídeos ou fotos do artista homenageado e então, encerra-se com a parte musical. O show ainda contou com a participação das cantoras Gitana Pimentel e Nívea Soares, os percussionistas Emerson e Vitor Emanuel e o violonista Alexandre Couto, escolhidos para reverenciar os diferentes estilos musicais que o mestre dominava.

A professora Roseli Corteletti, é aluna de violão do coordenador Fabrício, apaixonada por música e dança e acompanha o projeto desde a sua primeira edição. Ela busca sempre divulgar a iniciativa com seus amigos, familiares e alunos, principalmente pela internet: “venho normalmente com meu marido, mas como hoje ele não pôde eu vim sozinha. Acho isso aqui muito legal e procuro trazer sempre bastante gente comigo”, conta a professora, ressaltando que “não é sempre que tem coisas desse tipo por aqui, então quando tem a gente tem que aproveitar”.

“Música no Teatro”

O idealizador do projeto, Fabrício Ferreira, primeiro bacharel em violão de Campina Grande pela UFCG e hoje coordenador de música do teatro municipal diz que, a princípio, o projeto tinha o objetivo de proporcionar à população de Campina Grande um tipo de concerto diferente, o chamado “concerto didático” em que, além de ouvir a música, podemos entender todo o contexto que a envolve. No evento, a função do coordenador é a de palestrante e há sempre um convidado para tocar sobre aquilo que ele falou. Ao longo desses dois anos, o projeto já conseguiu abordar toda a história da música, desde a renascença até o século XX, passando também por alguns gêneros de música popular como o chorinho, o jazz e o blues.

O projeto Música no Teatro acontece através de grandes parcerias que foram conquistadas  ao longo do tempo, não envolve recursos financeiros de nenhuma parte e tem entrada do evento franca, já que um de seus objetivos é promover participação popular.

Vevel sobre “Feira de Mangaio”, do Maestro Sivuca

“Quando a gente fala em Sivuca, Feira de Mangaio é a maior referência. Ela foi uma música composta por Sivuca juntamente com a sua esposa, Glorinha Gadelha. É muito forte porque é a nossa cara. O Sivuca morou um tempo nos Estados Unidos e Glorinha Gadelha juntamente com ele, em uma certa época, estava com saudade de sua terra, da cultura, da sua cidade (Itabaiana-PB), do nordeste… e a primeira coisa que veio a mente deles foi a feira. Então ela fez a música remetendo a gente dentro de uma feira. E o Sivuca magistralmente, como gênio que ele ainda é, fez a melodia da música e até hoje ela é reconhecida não só no Brasil, mas também fora” comenta Vevel.

Artistas se reúnem com toda plateia para foto de encerramento.

Artistas se reúnem com toda plateia para foto de encerramento.

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