Literatura de cordel é novidade no terminal de integração em Campina Grande

Campina Grande, 10 de junho de 2017  ·  Escrito por Thiago Lima e Kaique Henrique  ·  Editado por Ana Flávia Nóbrega  ·  Fotos de Thiago Lima
Projeto idealizado por alunos do curso de Educomunicação da UFCG

Projeto idealizado por alunos do curso de Educomunicação da UFCG.

O terminal de integração de Campina Grande é uma das áreas com grande fluxo na cidade, contando com cerca de 90 mil passageiros em circulação diariamente, segundo a Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos (STTP). A espera pelo veículo chega a ser longa deixando o local um pouco monótono, sem atrativo algum desde que as televisões foram recolhidas do local. Unindo o tempo de espera com a necessidade de destacar a literatura de cordel na cidade de Campina Grande, os alunos graduandos em Comunicação Social com ênfase em Educomunicação da Universidade Federal de Campina Grande, Euridianne Costa, Humberto Silva e Eduarda Bezerra idealizaram o projeto “Cordel na Integração”..

A iniciativa, que começou neste sábado (10) e acontecerá até a quarta-feira (14), faz parte do trabalho de conclusão de curso dos alunos e conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG), junto à Secretaria de Cultura e da Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos.

Humberto Silva e o cordelista Chico de Assis

Humberto Silva e o cordelista Chico de Assis.

Para além de um conteúdo acadêmico, o projeto tem grande relevância para a cultura popular, segundo o administrador do terminal, Jobedis Magno: “É bastante relevante para a sociedade até ‘pra’ prestigiar os artistas da terra e também uma maneira de os usuários prestigiarem, na espera de seus ônibus, esses artistas da casa”, disse.

O cordelista Chico de Assis criticou o pouco espaço que este tipo de literatura tem, mas também enfatizou a importância da parceria: “Nossa cultura é tão morta que eu deixo a sala sem porta pra ver se o ladrão procura”.  E completou: “O que eu quero é que alguém carregue um livro meu; prazer para mim não é simplesmente vender um livro, então, quando a gente tem um espaço como esse, é muito importante”.

o poeta Pedro Paulo, irmão de Chico de Assis, também fala sobre as dificuldades enfrentadas pela literatura de cordel e disse que faz esse trabalho por amor: “Muitas vezes a gente não tem retorno financeiro, até deixamos de fazer outros compromissos para fazer cordel. Se dessas 90 mil pessoas, três ou quatro delas se interessassem pela nossa cultura, já seria lucro”, afirmou.

A novidade parece ter agradado também aos passageiros. O senhor José Barreto, 77, disse que ”a poesia nordestina é de encher coração”. E ainda falou sobre a importância de ter um evento como este no terminal: “é muito bom para que as pessoas vejam mais a cultura nordestina, essas poesias são a cara do nordeste”, completou o aposentado.                                                                 

Mescla de Cultura Popular

Grafiteiro Thiago Vinícius contribuiu para a caracterização do local

Grafiteiro Thiago Vinícius contribuiu para a caracterização do local.

Para contribuir na ornamentação do local, os alunos convidaram o grafiteiro Thiago Vinícius, 27, que topou a ideia de fazer seus desenhos com a temática junina: “Surgiu esse convite por parte do pessoal de comunicação e apesar de eu não ter costume com o cordel, com o estilo xilogravura, achei interessante e dada a repercussão do pessoal aqui foi muito interessante essa união”, avaliou.

Programação

O Repórter Junino foi informado de que a grade de programação do “Cordel na Integração” sofreu alterações devido à desistência de alguns artistas. Neste domingo (11) haverá apresentação musical, participação de poetas e muita literatura de cordel. O Repórter Junino trará mais informações sobre a programação dos próximos dias.

 

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