Fim de tarde (22) em Serra Redonda no Agreste Paraibano. Por volta das 17hs começa a missa na Igreja Católica da cidade, dando início às festividades juninas. O céu está limpo, as bandeirolas balançam com um vento calmo, as nuvens ficam rosas e o cair da tarde anuncia: viva ao mês junino!
As comemorações começam com a missa, a visita do bispo – que abre o hasteamento das bandeiras dedicadas aos santos – e fecha com a Quermesse, que arrecada fundos para a Igreja Católica. Nela encontramos várias comidas típicas, um cenário de devoção ao padroeiro da cidade São Pedro e a São João. Apesar das dificuldades, a Paróquia criou este evento religioso com uma finalidade que vai além de arrecadar fundos; manter a tradição junina na cidade.
Todos estão animados para mais um ano de festas juninas. O cheiro do milho anuncia que vai ter forró, vai ter abraços, vai ter beijinhos, vai ter arrasta pé. Após a missa e a Quermesse, todos se dirigem ao ‘Espetinho do Bruno’, onde o proprietário se chama Manassés Bruno, 31, que durante quatro anos consecutivos traz o forró para a Praça de São Pedro. Este ano ele conta com o apoio da Prefeitura Municipal e da Secretaria de Cultura, de barraqueiros locais, entre outros. “Nunca vamos deixar de fazer, se depender de mim vamos fazer sempre. As festividades vão durar onze dias, começou hoje dia 22 e vai até o dia 02 de Julho”, enfatiza Bruno.
O forró ficou por conta da banda “Raízes Nordestinas” que trouxe um repertório recheado de músicas consagradas, enaltecendo o forró pé-de-serra. O grupo é composto de quatro músicos, um zabumbeiro, um baixista, um sanfoneiro e um triangulista. “A fogueira tá queimando em homenagem a São João, o forró já começou, vamos gente, rapa-pé nesse salão”, já cantava o grupo. De pouco a pouco já começavam a formar duplas em frente ao palco. As pessoas iam perdendo a vergonha e colocavam para fora no “dois para cá e dois para lá” que guardaram durante um ano.
Sobre a discussão de forró estilizado e forró pé-de-serra, que desencadeou uma série de críticas ao São João de cidades maiores, Yadja Lira, 28, uma das organizadoras da Quermesse da Paróquia de São Pedro, destaca: “aqui a gente tá acostumado, como é cidade pequena, de ter sempre o forró pé-de-serra, o estilizado, então quando mistura os dois dá pra desenrolar”. Sobre a organização dos eventos juninos, Yadja abre um sorriso e diz: “a gente começou a organizar em frente a Igreja Terça-feira de tarde e terminamos hoje, a gente teve uma gratificação de ter visto todo o trabalho que a gente se empenhou, ter saído do jeito que a gente queria.
Uma dica que deixamos é a seguinte: “olha, isso aqui tá muito bom, isso aqui tá bom demais”. O aconchego e as boas lembranças, em Serra Redonda você revive. Deixemos a preguiça de lado, colocamos aquela sandália de dedo ou aquela bota de couro e vamos dançar forró que hoje só começamos.