Os Filhos de Jackson: grupo defende a obra de Jackson do Pandeiro

Campina Grande, 14 de junho de 2018  ·  Escrito por Augusto Arruda  ·  Editado por Anne Sales  ·  Fotos de Joyce Porto

A banda nascida na mesma cidade natal de Jackson do Pandeiro, Alagoa Grande – brejo paraibano, alcança cada vez mais visibilidade dentro do cenário musical do forró ao se apresentar pela primeira vez na pirâmide do Parque do Povo trazendo e resgatando o forró do compositor. Jackson do Pandeiro, falecido em 1982, possui grande trajetória dentro da cultura paraibana que se expandiu por todo o Brasil ao compor não só o tradicional forró de raiz mas também samba, frevo dentre outros estilos.

Grupo Filhos de Jackson se apresentando no Parque do Povo

Grupo Filhos de Jackson se apresentando no Parque do Povo

Bibiu Jatobá, idealizador da banda, fala que na visão dele não havia dentro da música paraibana, um grupo que representasse e honrasse a obra do mestre e foi a partir disso  que a história de Os Filhos de Jackson começou. O grupo é composto por Júnior Sanfoneiro (acordeon), Anderson Mendes (vocalista) e Caézinho (zabumba) e já possui 2 CDs com repertório que mescla composições de Jackson, músicas autorais e de outros artistas. Anderson Mendes, principal vocalista da banda, intitula Jackson como um ícone da brasileira e afirma que cantar e enaltecer a obra do compositor é muito gratificante.

Jackson do Pandeiro, nome artístico de José Gomes Filho, transitou por vários estilos musicais como o frevo, o samba e demais variações do forró: xote, baião, xaxado, coco marcha, quadrilha, “rastapé”. Intitulado como o Rei do Ritmo, que possui uma discografia com 417 composições,  o compositor já teve suas músicas regravadas por grandes artistas no cenário atual como Mastruz com Leite, Gal Costa, Gilberto Gil, dentre outros. Reconhecido nacionalmente como o grande precursor do ritmo, Jackson do Pandeiro também influenciou a bossa nova de João Gilberto.

Com a chegada do centenário de Jackson, Bibiu ressalta a importância de fazer do São João de Campina Grande, em 2019, uma grande homenagem à vida e história do artista. “Jackson nasceu em Alagoa Grande, mas foi em Campina grande que ele foi descoberto, saindo daqui para outros lugares. Após o São João, nós iremos desenvolver toda uma estratégia de contatos, com todas as vertentes da sociedade para trazer os Cem anos de Jackson do Pandeiro.” acrescenta ele. A história do Rei do Ritmo ainda é comparada com a de outro Rei, o do Baião, “Assim como foi no centenário de Luiz Gonzaga, nós queremos que se repita com Jackson do Pandeiro. O São João de Campina Grande, precisa honrar o mestre.” Jackson popularizou a música rural, trazendo ritmo e percussão a tornando mais urbana expandindo o forró paraibano por todo o território brasileiro e é lembrado e enaltecido até os dias atuais como um ponto crucial nas transformações da música brasileira.

“Como é bonito uma noite de São João

Lá pras bandas do sertão só se vendo pra contar

Lá tem fogueira, tem lanterna e tem balão

E é tão grande a animação que não se para de brincar

Um sanfoneiro todo ano é contratado

Pra tocar um mastigado a noite inteira sem parar

Batata assada lá de baixo da fogueira

Tem canjica, tem pamonha, milho assado e mungunzá

E a moçada nunca para no salão

A gente come, bebe e dança e grita viva a São João.”

Música Viva São João, de Jackson do Pandeiro.

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