Nestes vinte dias de festas do Maior São João do Mundo, quem esteve presente pode ter se deparado com diversos artistas. Sejam eles atrás das câmeras, nos palcos ou em meio a cidade cenográfica do Parque do Povo, que retrata a história da Rainha da Borborema do século XVIII. Os retratistas ganham cada vez mais espaço trazendo a caricatura em tons cômicos e os desenhos realistas, mas você sabe de onde eles vieram, por que estão aqui e qual a sua história?
Próximo a réplica da enorme fogueira, localizada no cenário histórico, podemos encontrar um grupo de desenhistas que convidam o público para conhecerem os seus trabalhos. Everton Emanuel é um desses, natural de Campina Grande e trabalha a mais de 3 anos com desenhos e caricaturas. Everton destacou a importância de levar seu trabalho para o público que vem curtir em Campina Grande: “Primeiramente porque eu sou daqui, é um das festas mais bonitas e maiores do mundo, falo isso com propriedade pois já viajei e viajo bastante. E aqui é uma festa que simpatiza com esse tipo de arte, então colocamos um preço bastante acessível para que todos saiam satisfeitos”.
O campinense já trabalhava com a caricatura e animes, mas em viagem ao Peru, em 2014, teve seu primeiro contato com desenhos realistas tendo a oportunidade de conhecer novos artistas, que hoje são seus parceiros de trabalho, os peruanos Rick Macedo e Max Sanchez. Há 3 anos morando em João Pessoa, Max Sanchez vive de encantar o público com sua arte. Ele que de início veio ao Brasil para conhecer as diversas culturas, se estabeleceu na Paraíba e relata o preconceito que as pessoas tem com ele em relação ao seu trabalho: “Você tem que eliminar esse termo de “artista de rua”. Artista é artista, seja em um palco, atrás de uma câmera, dentro de uma cozinha, todos são artistas”. Na oportunidade, ele relata a dificuldade em ser um profissional nesta área da arte: “Você tem que conhecer cada músculo, cada estrutura óssea para poder desenhar, executar uma pintura”.
Já o cartunista Luciano da Silva, pernambucano de Olinda, viaja por todo o Brasil e participa há mais de 15 anos do Maior São João do Mundo, produzindo as caricaturas em apenas 2 minutos. Luciano ressaltou a sua história com o desenho: “Desde criança que eu desenho, com 6 anos eu já rabiscava e no decorrer do tempo fui treinando e fazendo trabalhos. A caricatura surgiu de uma curiosidade minha e que acabou dando certo”. Ele ainda afirmou que o público da cidade o procuram e gostam do seu trabalho, dessa forma, não tem como ficar de fora das festividades juninas.
Mesmo com todo o trabalho desenvolvido por esses artistas e sua contribuição para a sociedade, neste ano enfrentaram alguns problemas com a organização do evento e, diante desses aspectos, Max afirmou que: “Eu não acho que um artista deveria ser tratado assim. Estou fazendo a minha atividade e estamos fazendo parte dessa festa”. Mesmo em meio a esse cenário, os desenhistas abrilhantam e encantam ainda mais a festa do Maior São do Mundo.