Com o lema “quem ajuda a sorrir, ajuda a viver”, os Doutores do Sorriso foram ao Parque do Povo nesta quinta feira, 28, debaixo de chuva trazer alegria aos frequentadores do local. Cruzando o quartel general do forró de norte a sul, com seu nariz de palhaço característico, os voluntários aderiram ao xadrez típico da época junina e distribuíram abraços gratuitos com o simples e único objetivo: levar sorrisos às faces dos seus visitantes.
“Somos um projeto voluntário com cerca de trinta membros somente em Campina Grande. Realizamos a ação do “abraço grátis” em outros locais, como os hospitais, orfanatos e escolas”, comenta Maxuelle Azevedo, integrante do Doutores do Sorriso. Em alguns eventos específicos, o grupo também se faz presente, entregando sopão e pães aos moradores de rua e cestas básicas a famílias carentes da cidade.
Espalhados pelos quatro cantos do Parque do Povo, o Maior São João do Mundo foi escolhido no dia de hoje por acreditarem ter um menor fluxo de pessoas, tornando mais fácil a comunicação com as pessoas e cumprir o intuito de sua ida. “Decidimos por este lugar porque notamos que, às vezes, mesmo dançando, você pode estar espiritualmente infeliz. Mas, no momento em que você receber um abraço, não tem como deixar de abrir um sorrisão e se deixar contagiar pelo movimento”, afirma enquanto observava seus colegas abordarem aqueles que passavam por perto.
Renaly Neves também está envolvida com o Doutores do Sorriso. Ela contou que além de oferecer abraços gratuitos, utilizam um pouco do seu tempo para escutar as histórias de pessoas que não têm alguém que se sensibilize com a sua dor ou, ainda, alguém que, devido ao estresse do dia a dia, não recebem uma mensagem otimista. “Nosso grupo vai em hospitais, feiras e praças. Estamos há dois anos com este projeto e agarramos esta ideia para nunca mais largar porque mexeu com nossa alma. Não ficamos só em Campina Grande, viajamos por toda Paraíba desenvolvendo nossa ideia para aqueles que mais precisam de apoio”, disse para a equipe de reportagem.
Ambas concordam que não se arrependem de fazer parte do projeto voluntário. “A sensação é maravilhosa. Muitos estão dispostos a receberem um gesto carinhoso e até querem tirar fotos conosco. Viramos artistas!”, relata Maxuelle sorrindo ao ser questionada sobre a reciprocidade recebida por todos que entram em contato.
Quanto a entrada de novos membros, revelam estar sempre recebendo participantes que queiram agregar ao projeto. “Todos são bem vindos, independente de suas limitações ou idade. Eles passam por uma seleção para analisar suas personalidades e a compatibilidade com o que propomos fazer”, disse Maxuelle. O grupo chegou ao Parque do Povo às 7h30 e com sua simplicidade compartilhou muitos abraços até o fim da noite.
Renaly inteira a informação indicando que para facilitar a admissão ao grupo, os candidatos interessados devem acompanhar as redes sociais do projeto, pois são nelas que todas as informações são disponibilizadas. Além disso, ela enfatiza que é importante ter simpatia e amor pela a causa.
Com reuniões mensais para discutir o cronograma de eventos, os voluntários focam seus esforços em divulgar o trabalho que vai além da doação de agasalhos no período de inverno ou da ação vista no Parque de Povo. São exemplos como este que fazem o ser humano refletir e reavivar a empatia pelo próximo, que pela correria do dia-a-dia, não são vislumbradas no cotidiano das pessoas em geral.
“Muitas vezes nos preocupamos com aqueles mais distantes de nós, acabando nos esquecendo dos que estão ao nosso lado. O princípio base de todo o movimento, na realidade, é o amor. Amor ao outro, amor a si próprio respeitando o próximo. Só assim avançaremos”, despede-se Renaly seguindo os amigos para distribuir a chuva de abraço que prometeu no início da entrevista.