O Maior São João do Mundo prova todo ano que é uma festa que agrada diferentes públicos com sua variedade musical, cultural e também gastronômica. Neste último aspecto, há diversas novidades nas dezenas de quiosques, barracas e restaurantes, levando diferentes temperos aos diferentes paladares. E quando se fala em tempero, não é difícil encontrar as típicas baianas oferecendo sua gastronomia pelo Parque do Povo.
Chamando a atenção por sua simpatia e figurinos típicos, baianas legítimas compartilham suas habilidades e sabores tradicionais com o público, propagando a tradição nordestina. ‘“Dois dedinhos’’ de pimenta, um pouco de azeite de dendê e mais alguns ingredientes excêntricos comprovam que em nenhum outro estado brasileiro tem a culinária é tão diversificada. Quem visita pela primeira vez o evento ou quem já é de casa se encanta, e poucos resistem ao aroma forte dos acarajés preparados na hora.
Cardápios com direito a abará, cuscuz de tapioca, doce de tamarindo, carurú e cocadas fazem literalmente a boca do povo. Neide do acarajé diz “que coloca na boca e derrete, e quem come nunca esquece, o melhor do nosso nordeste’’. Segundo ela, há dois anos ela trabalha como comerciante na festa, mas espiritualmente têm estado em todas as edições. Ainda segundo a mesma, o motivo que a fez sair de sua cidade natal, Salvador, para vir a Campina Grande foi propagar a cultura e o legado da Bahia, fazendo com que pessoas conheçam o verdadeiro acarajé. O público tem aprovado com fervor cada prato comercializado em sua barraca sempre acolhe muitos fregueses, e ainda sim, para ela “o lucro não é o mais importante, mas sim a difusão dos diferentes costumes nordestino”.
Em sua primeira vinda ao nordeste, a paranaense Elmita Simonetti, que nunca havia provado da comida baiana, afirma que a presença da variedade gastronômica na festa está aprovadíssima. “Isso enriquece a festa, principalmente porque a comida baiana é regional do nordeste também. Então é importante fazer essa ponte”, disse ela.
Por outro lado, Heitor Robson, paraibano que já frequenta a festa a alguns anos, relata que não concorda com a diversidade culinária no São João de Campina Grande – PB. “O bom é valorizar a cultura da nossa terra, com a gastronomia da cidade. Importar as tradições de outros estados acaba fazendo com que se perca a essência da festa”, afirmou. Ainda segundo ele, o Brasil precisa mostrar a sua cultura, mas cada um em seu lugar específico sem que as tradições se misturem.
Nessa democracia de sabores existente no Parque do Povo também é possível encontrar o restaurante ‘’Acarajé Okará de Oyá’’, que está funcionando pelo primeiro ano evento e está localizada próximo a um dos portões de entrada. Jariléia (Jary), filha, neta e bisneta das baianas do acarajé, relata que ao visitar a festa notou a necessidade da presença de uma baiana original e com todo o seu tabuleiro. Quando se trata da aceitação do pública, Jary afirma estar cada vez melhor e mesmo sendo um estabelecimento tão novo, já possui clientes fiéis que afirmam que faltava o tempero de uma baiana de tradição no evento.
Quem quer sentir o gostinho da Bahia na maior festividade paraibana tem ricas opções para mergulhar num cardápio muito rico e cheio de história. Nesse universo de gostos é quase impossível rejeitar qualquer ingrediente. Gostou, meu rei? A baiana tem e o Maior São João do Mundo também!