O que é que a baiana tem?

Campina Grande, 6 de julho de 2018  ·  Escrito por Elaine Campelo, Rafael de Farias e Steffanie Alencar  ·  Editado por Aluska de Araújo Teberge  ·  Fotos de Steffanie Alencar

O Maior São João do Mundo prova todo ano que é uma festa que agrada diferentes públicos com sua variedade musical, cultural e também gastronômica. Neste último aspecto, há diversas novidades nas dezenas de quiosques, barracas e restaurantes, levando diferentes temperos aos diferentes paladares. E quando se fala em tempero, não é difícil encontrar as típicas baianas oferecendo sua gastronomia pelo Parque do Povo.

Tabuleiro de comida Baiana do restaurante ‘’Acarajé Okará de Oyá’’.

Tabuleiro de comida Baiana do restaurante ‘’Acarajé Okará de Oyá’’.

Chamando a atenção por sua simpatia e figurinos típicos, baianas legítimas compartilham suas habilidades e sabores tradicionais com o público, propagando a tradição nordestina. ‘“Dois dedinhos’’ de pimenta, um pouco de azeite de dendê e mais alguns ingredientes excêntricos comprovam que em nenhum outro estado brasileiro tem a culinária é tão diversificada. Quem visita pela primeira vez o evento ou quem já é de casa se encanta, e poucos resistem ao aroma forte dos acarajés preparados na hora.

Neide do acarajé, trabalhando pelo o segundo ano na festa.

Neide do acarajé, trabalhando pelo o segundo ano na festa.

Cardápios com direito a abará, cuscuz de tapioca, doce de tamarindo, carurú e cocadas fazem literalmente a boca do povo. Neide do acarajé diz “que coloca na boca e derrete, e quem come nunca esquece, o melhor do nosso nordeste’’. Segundo ela, há dois anos ela trabalha como comerciante na festa, mas espiritualmente têm estado em todas as edições. Ainda segundo a mesma, o motivo que a fez sair de sua cidade natal, Salvador, para vir a Campina Grande foi propagar a cultura e o legado da Bahia, fazendo com que pessoas conheçam o verdadeiro acarajé. O público tem aprovado com fervor cada prato comercializado em sua barraca sempre acolhe muitos fregueses, e ainda sim, para ela “o lucro não é o mais importante, mas sim a difusão dos diferentes costumes nordestino”.

Em sua primeira vinda ao nordeste, a paranaense Elmita Simonetti, que nunca havia provado da comida baiana, afirma que a presença da variedade gastronômica na festa está aprovadíssima. “Isso enriquece a festa, principalmente porque a comida baiana é regional do nordeste também. Então é importante fazer essa ponte”, disse ela.

Por outro lado, Heitor Robson, paraibano que já frequenta a festa a alguns anos, relata que não concorda com a diversidade culinária no São João de Campina Grande – PB. “O bom é valorizar a cultura da nossa terra, com a gastronomia da cidade. Importar as tradições de outros estados acaba fazendo com que se perca a essência da festa”, afirmou. Ainda segundo ele, o Brasil precisa mostrar a sua cultura, mas cada um em seu lugar específico sem que as tradições se misturem.

Jariléia. Filha, neta e bisneta das baianas do acarajé.

Jariléia. Filha, neta e bisneta das baianas do acarajé.

Nessa democracia de sabores existente no Parque do Povo também é possível encontrar o restaurante ‘’Acarajé Okará de Oyá’’, que está funcionando pelo primeiro ano evento e está localizada próximo a um dos portões de entrada. Jariléia (Jary), filha, neta e bisneta das baianas do acarajé, relata que ao visitar a festa notou a necessidade da presença de uma baiana original e com todo o seu tabuleiro. Quando se trata da aceitação do pública, Jary afirma estar cada vez melhor e mesmo sendo um estabelecimento tão novo, já possui clientes fiéis que afirmam que faltava o tempero de uma baiana de tradição no evento.

Quem quer sentir o gostinho da Bahia na maior festividade paraibana tem ricas opções para mergulhar num cardápio muito rico e cheio de história. Nesse universo de gostos é quase impossível rejeitar qualquer ingrediente. Gostou, meu rei? A baiana tem e o Maior São João do Mundo também!

Comentários